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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Zé Laurentino: uma lenda na universidade


Ele respira poesia. É raro algum campinense não conhecer a obra do poeta paraibano José Laurentino Silva. Zé Laurentino já nasceu com poesia correndo em suas veias. Alguns de seus poemas, como Eu, a cama e Nobelina e O matuto e o doutor, se tornaram clássicos na cidade. Em suas obras, ele declama as coisas do Nordeste e a simplicidade do homem do campo. Zé Laurentino parece ser a encarnação do interior nordestino, este sentir rústico, forte, telúrico e pândego ao mesmo tempo.

O "poetinha" foi escolhido pela Universidade Estadual da Paraíba para ser o paraninfo geral das turmas de concluintes 2009.2, do campus I, em Campina Grande. A cerimônia acontece amanhã às 17h30, na casa de shows Spazzio, tendo a presença da reitora Marlene Alves e representantes da UEPB, além, claro, da presença dos formandos e seus familiares.

Para aqueles que ainda desconhecem a magnitude da genialidade do poeta, o convite talvez tenha sido inusitado. Já para os admiradores de Laurentino, representa, certamente, uma merecida homenageme motivo de celebração para a UEPB. José Laurentino Silva nasceu em Puxinanã e, desde cedo, já tinha contato com música e poesia, tendo como primeira influência os próprios pais. Sua mãe cantava, seu pai lhe trazia cordéis.

Mesmo depois de se mudar para Campina Grande, após passar em um concurso e tornar-se funcionário público do INSS, Laurentino nunca deixou a poesia de lado. "A poesia faz parte da minha vida, não posso me imaginar sem o ofício do fazer poético. Eu não procuro os poemas, eles batem na minha porta, querendo vir à tona", revelou. Zé garante que nunca quis ganhar dinheiro com a poesia. Faz poesia porque gosta.

Atualmente, Laurentino prossegue dividindo sua vida entre as obrigações de servidor público, hoje prestando serviço ao Ministério da Saúde, e a poesia, muito embora seja conhecido como poeta e assim se identifique pessoalmente. A carreira de Zé abrange nove livros publicados e cinco CDs gravados. No início de sua caminhada artística, ele escrevia cordéis, feitos por encomenda para políticos, em sua maioria.

Fonte: Diário da Borborema

Para preservar o Festival de Inverno de Campina

A fim de celebrar os 35 anos do evento, uma ala do Teatro Severino Cabral será destinada ao acervo das peças

Completando 35 anos de existência em 2010, o Festival de Inverno de Campina Grande vai ganhar um presente especial. O festival que, segundo a sua idealizadora Eneia Agra Maracajá, se constitui uma grande "travessia", terá um museu próprio. A criação do Museu do Festival de Inverno foi anunciado recentemente, pelo secretário de Educação e Cultura do Município, Flávio Romero. O secretário contou que já apresentou a proposta a própria Eneida Agra e ao prefeito Veneziano Vital do Rêgo. A minuta do projeto será encaminhada para a Procuradoria Jurídica do Município e, posteriormente, seguirá para apreciação na Câmara de Vereadores.

O museu, conforme antecipou Flávio Romero, vai funcionar em uma das salas do Teatro Municipal Severino Cabral, que está passando por ampla reforma. Segundo ele, quando abrir as suas portas, o teatro terá um espaço especial para guardar todo acervo de um dos maiores festivais de invernos do país. "É inegável a importância cultural do Festivalde Inverno. Por isso vamos adequar uma das salas do Teatro Municipal para abrigar o Museu do Festival", contou o secretário.

Transbordando de felicidade, Eneida disse que este será o maior presente que o festival ganhará no ano em que completa os 20 anos. "Foi uma notícia que nos deixou felizes", revelou. O museu terá um rico acervo composto com peças que retratam os 35 anos do festival, bem como as duas décadas do Bloco da Saudade. São fotos, estandartes, roupas e outras peças que retratam os grandes espetáculos teatrais, as inesquecíveis mostras de danças e os shows realizados no festival em mais de três décadas de existência. Muitas das peças que irão compor o acervo do museu estão expostas em uma das galerias do Museu Histórico de Campina Grande.

Eneida Agra destacou que a edição do 35º ano do Festival de Inverno será especial. O projeto já está pronto. A ativista lembrou que nenhum estado do país tem um festival com tanta longividade. O segredo, segundo ela, são as atividades realizadas pelo festival durante o ano, a exemplo do Circo da Cultura e o projeto Cultura no Presídio, que será reaberto este ano.

Ao longo de 35 anos, grandes companhias de teatro e dança, e artistas de renome nacional já se apresentaram no Festival de Inverno de Campina Grande. Muitas das apresentações foram documentadas e farão parte do museu a ser aberto este ano. "Temos um material muito rico para expor", disse Eneida.

Fonte: Diário da Borborema

Turma do Pastoril se une a Lourdes Ramalho em peça

Um encontro e tanto. O teatro apimentado com causos de cordel e a picardia de dona Lourdes Ramalho, nossa maior dramaturga, com o humor rasgado e o talento indivual, focado no teatro de ator, da Companhia Paraibana de Comédia, grupo de maior popularidade em nosso Estado, autor dos espetáculos em série do Pastoril Profano. Assim é Romance do Conquistador, montagem dirigida por Edilson Alves, com texto de Lourdes Ramalho e a chancela do prêmio Myriam Muniz, da Funarte.

A peça dica, em cartaz até o dia 6 de fevereiro, sempre aos sábados, às 19h, no teatro Santa Roza, em João Pessoa. Escrita com a maestria de dona Lourdes que, como ninguém, funde a poesia popular dos cordéis com a carpintaria teatral, a peça é toda falada em versos, em sextilhas, estilo popular mais comum dos cordéis.

A peça narra as peripécias de um conquistador nordestino, João, interpretado com muita graça por Alessandro Tchê. Completam o elenco, Dinarte Silva (Zilda), Tony Silva (Narrador), Sergio Lucena (Prefeito, Beata e Comprador de Caixão), Ribamar de Sousa (Zefa, Beata, Vendedor de Caixão), Adeilton Pereira (Mulher do Delegado e Beata) e Alessandro Barros (Menino e o contrarregra).
Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia).

Fonte: Jornal da Paraíba

Pinduca traz o carimbó a João Pessoa


O Brasil optou pela República há 120 anos. Mesmo assim, a Monarquia continuou, até hoje, no gosto popular. Pense em um país para ter rei! A música, cuja coroa máxima pertence a Roberto Carlos, também dispensa títulos de igual realeza para Luiz Gonzaga, rei do Baião, e para Pinduca, o rei do Carimbó.

Este último integrante da família real da música brasileira estará se apresentando hoje no Estação Nordeste, evento promovido pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Fundação Cultural (Funjope). Oportunidade rara de assistir a uma apresentação do velho Pinduca. É que o cantor, aos 72 anos e com mais de 50 de carreira, anunciou que vai se aposentar.

A programação terá início a partir das 20h30, com um cortejo formado por representantes das tribos ‘Tupinambá’, do Mestre Carboreto, oriunda de Mandacaru; ‘Tupy Guanabara’, da cidade de Santa Rita, comandada pelo Mestre Manoel Adelino; ‘Papo Amarelo’, de Cruz das Armas, sob o comando de Mestre Genildo; ‘Ubirajara’, também do bairro de Cruz das Armas, organizada pelo Mestre Zé Teixeira, e Pele Vermelha, do Cristo Redentor, que tem à frente a Mestra Dona Inácia. A noite será animada, ainda, com um toque todo especial, o pífano de dona Zabé da Loca. Será um encontro de dois regionais. O forró com o carimbó.

Apresentações de realezas da música não costumam fugir muito do script. Assim, Pinduca vai revisitar sucessos de sua carreira e cantará “Carimbó do Macaco”, “O rico e o Pobre” e “Carimbó no Mato”, além de muito balanço e roupas coloridas, marcas registradas nas suas apresentações.

Com seus adereços típicos, um som dançante e letras que remetem muito à natureza, as paisagens e à culinária do Norte, ele também tem a marca das divertidas canções de duplo sentido que encontra em nosso forró tradicional uma linhagem comum, a exemplo de sucessos de expressões paraibanas como João Gonçalves (“Pescaria em Boqueirão”) e Genival Lacerda (“Raidinho de Pilha”, “Severina Xique Xique”).

Fonte: Jornal da Paraíba