Pesquisas comCUCA

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Outras Artes no Comunicurtas


Nem somente da produção cinematográfica vive o Comunicurtas - Festival Audiovisual de Campina Grande. Quem comparecer ao evento realizado até hoje, através da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ainda poderá conferir duas exposições e conhecer melhor o universo do grafite e da fotografia na cidade, através de Afrocontemporâneo: das ruas para as telas, de Raoni Oliveira, e Ilusão: a gente se vê por aqui, de Kleyton Canuto. Ambas as exposições acontecem no Sesc Centro Campina Grande, inseridas na programação do evento.

Depois de encher os logradouros da Rainha da Borborema com matizes fortes e desenhos carregados de expressão, Raoni exibe sua criatividade nas telas, ao invés dos muros. Para ele, esta foi uma das maneiras de atestar o grafite como arte, já que a linguagem ainda sofre preconceitos. As técnicas que compõem as telas de Raoni são as mais variadas, percorrendo desde o acrílico e o spray, até o marcador permanente, trazendo ainda moldesvazados e colagens. Os temas são aqueles já presentes no universo do artista, que se ajoelha frente à estética afro brasileira.

Em seus grafites, geralmente figurativos, pode-se perceber com bastante frequência lábios e narizes propositadamente exagerados, em rostos negros ornados por cabelos crespos, de forma a contradizer a tríade que compõe o tão elevado padrão de beleza contemporâneo: tez branca, olhos azuis e cabelos lisos. "Cada trabalho retrata o negro e o afro, inserido no contexto da modernidade, com todas as formas de expressão que representam esta cultura", explicou.

Uma das peculiaridades de efetuar o trabalho com telas, conforme Raoni, é a alternativa de levar o grafite para dentro das residências. Assim, a arte é eternizada, visto que nas ruas o grafite fica exposto e o desgaste torna-se inevitável.

Fotografia

Em Ilusão: a gente se vê por aqui, Kleyton Canuto faz uma crítica ao universo midiático, em especial a televisão. Manipulação digital e a intolerância propagada por boa parte dos meios de comunicação são temas expressados nas fotografias, sendo que a intenção é ir contra as propostas de consumo impostas pela mídia. "A exposição também trata da propaganda, que induz os expectadores a desejar determinada coisa que, o mais das vezes, não tem utilidade alguma em seu cotidiano", explicou.

As fotos foram realizadas no mês passado, na cooperativa de lixo Catamais, segundo acrescentou Kleyton, que idealizou e dirigiu o projeto. A equipe de Ilusão: a gente se vê por aqui é composta por Catharina Nóbrega, na parte fotográfica, Emanuela Callou e Natasha Dantas, na produção, e Pablo Giorgio e Guilherme Torres, na assistência de fotografia e cenografia.

Fonte: Jornal da Paraíba

Foto: Comunicurtas

O Rap dá o tom à noite de abertura do Comunicurtas

Os quatro elementos do Hip Hop deram tom, ritmo e cores diferentes à noite de abertura da IV edição do Comunicurtas – Festival Audiovisual de Campina Grande. Além do grupo de Rap “A Banca” atração musical da noite, quem foi ao cine-teatro do SESC Centro pode conferir a exposição de grafite “Afrocontemporâneo: das ruas para as telas”, de Raoni Oliveira, e também assistir a apresentação de um grupo de dança de rua composto por jovens e adolescentes.

As novidades da quarta edição do Comunicurtas não se resumiram as atrações artísticas, esse ano com as mostras competitivas de telejornalismo e de publicidade, o Comunicurtas passou a ser “Festival Audiovisual”, difundindo e premiando não só a produção cinematográfica, mas também reportagens e peças publicitárias.

Por Marcos Moraes
Fotos: Comunicurtas



Festival Palco Giratório chega à Paraíba

O Festival Palco Giratório acontece em todos os estados do Brasil e pela primeira vez chega à Paraíba e pousa nas cidades de Campina Grande e João Pessoa, trazendo uma vasta programação cultural. Serão mais de 40 espetáculos teatrais, além de oficinas e apresentações de música e dança. O evento terá início no dia 01 de setembro e prosseguirá até o dia 30.

O festival trará espetáculos teatrais dos mais diversos lugares do país e até mesmo do exterior, e de vários gêneros, como espetáculos de rua, infantis, circenses, entre outros. Haverá também palestras e oficinas. Além disso, contará com apresentações de dança e música de artistas locais, unindo o festival a outros projetos do SESC como o Sonora Brasil, o 7 Notas e o Overdoze.

Em Campina Grande as apresentações acontecerão no Cine Teatro do SESC Centro, no Palácio das Artes Suellen Carolini e na Praça da Bandeira. Já em João Pessoa será no Teatro Santa Roza, na Praça Ponto de Cem Reis e no Centro Cultural Piollin.

O Palco Giratório é um projeto do Departamento Nacional do SESC. A primeira edição aconteceu em 1998, após dez anos de um completo e cuidadoso estudo sobre a situação das artes cênicas do Brasil. O projeto fez com que o Teatro e a Dança se difundissem e chegassem a vários lugares, criando ambientes afetivos e democráticos para o exercício da cultura nos quatro cantos do país. Com o tempo foram introduzidas oficinas, intercâmbios, histórias e vivências múltiplas, fazendo do Palco Giratório o maior projeto de circulação de artes cênicas do país.

Mais informações pelo telefone (83) 3341-5800 ou no Blog da cultura: www.sesccultural.blogspot.com

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FESTIVAL PALCO GIRATÓRIO:

ESPETÁCULOS EM CAMPINA GRANDE:

01/09 – QUEBRA QUILOS – PB (Coletivo de Teatro Alfenim)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

02/09 – OS MALEFÍCIOS DO FUMO – PB (Daniel Araújo)
Local: Restaurante do SESC Centro / Hora: 20h

03/09 - O SANTO GUERREIRO E O HERÓI DESAJUSTADO – SP (Companhia São Jorge de Variedades)
Local: Estacionamento do Teatro Municipal Severino Cabral / Hora: 17h

A FARSA DO PODER – PB (Grupo Osfordidário)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora:20h

04/09 - CHOROS E VALSAS - RJ (Companhia de Ballet da Cidade de Niterói)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

05/09 – MANGIARE - RJ (Grupo Pedras)
Local: SESC Centro / Hora: 20h

06/09 - DEUS DANADO – PE (Grupo de teatro em Cena)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

07/09 - O NOME CIENTÍFICO DA FORMIGA - SP (Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

08/09 – SOMTIR - SP (Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

09/09 - HYSTERIA - SP (Grupo XIX de Teatro)
Local: Palácio das Artes Suellen Carolini / Hora: 17h

NADA, NENHUM E NINGUEM - PB (Trupe Arlequin de Circo e Teatro)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

10/09 - COMO NASCE UM CABRA DA PESTE - PB (Agitada Gangue)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

11/09 – GUIOMAR FILHA DA MÃE – PB (Grupo Geca)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

12/09 – A NOITE DOS PALHAÇOS MUDOS – SP (Grupo Lá Mínima)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

13/09 - ESPARRELA - PB (Grupo de Teatro Bigorna)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

14/09 – INCELENÇA – PB (Companhia do Rosário)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

15/09 - O HIPNOTIZADOR DE JACARÉS - RS – Infantil (Circo Teatro Girassol)
Local: Palácio das Artes Suellen Carolini / Hora: 15h

FOGO FATUO – PB
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

16/09 – O DIA EM QUE A MORTE BATEU DAS BOTAS – PB
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

17/09 – RITO DE PASSAGEM – AM (Índios.com Companhia de Dança)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

18/09 – RASIF - PE (Coletivo Angu de Teatro)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

19/09 – ANGU DE SANGUE - PE (Coletivo Angu de Teatro)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

20/09 - CULTURA BOVINA? - MS (Ginga Companhia de Dança)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

21/09– FAZ DE CONTA – PB / Infantil (Grupo Graxa de Teatro)
Local: Palácio das Artes Suellen Carolini / Hora: 15h

100 - SHAKESPEARE - SP (Grupo Pia Fraus)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

22/09 – SILÊNCIO TOTAL – PB - Infantil (Palhaço Xuxu – Luiz Carlos Vasconcelos)
Local: Palácio das artes Suellen Carolini / Hora: 15h

TORTURAS DE UM CORAÇÃO – PB (Grupo de Teatro oficina)
Local: Praça da Bandeira / Hora: 17h

ENAMORADOS – PE (Curso Regular de Teatro do SESC Santo Amaro Coletivo Enamorados de Teatro)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

23/09 – O VELHO DA HORTA - RJ (Companhia PeQuod Teatro de Animação)
Local: Palácio das Artes Suellen Carolini / Hora: 18:30h

O MÉDICO CAMPONÊS OU A PRINCESA ENGASGADA – PB (Grupo Teatro Oficina)Local: Praça da Bandeira / Hora: 17h

TROIS QUATRE PETITE VELO - FRANÇA (Compagnie 3.6/3.4)Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

24/09 – O PLANETA QUE ERA AZUL – PB – Infantil (Grupo Teatro Oficina)
Local: Palácio das artes Suellen Carolini / Hora: 10h e 15h

CHARIVARI - PB (Grupo Ninho de Teatro)
Local: Praça da Bandeira / Hora: 17h

FILME NOIR - RJ (Companhia PeQuod Teatro de Animação)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

25/09 – A BÊNÇÃO DINDINHA LUA – PB (Grupo de Teatro Mambembe)Local: Praça da Bandeira / Hora: 17h

DIÁRIO DE UM LOUCO – PB (Grupo de Teatro Lavoura)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

26/09 - PLUFT – O FANTASMINHA – PB – Infantil (Companhia de Atores da Maria)
Local: Palácio das artes Suellen Carolini / Hora: 15h

O CIRCO ARLEQUIN – PB (Trupe Arlequin de Circo e Teatro)
Local: Praça da Bandeira / Hora: 17h

INVENTÁRIO - RJ (Grupo Roda Gigante)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

27/09 - DÉJÁ VU – PB (Grupo Graxa de teatro)Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

28/09 - A MAR ABERTO – RN (Coletivo Artístico Atores à Deriva)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

29/09 - DE MALAS PRONTAS - SC (Companhia Pé de Vento)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

30/09 - LAMÚRIO POÉTICO – SC (Companhia Pé de Vento Teatro)
Local: Cine Teatro SESC Centro / Hora: 20h

OFICINAS:

Oficina Circense – Ginástica de solo, trapézio e Monociclo (Chesnar Silva)
Dias 18 a 23 / De 8h às 12h

Do Impulso a Ação (Duílio Cunha)
Dias 26 a 28 / De 8h às 12h

Teoria e prática do teatro de animação (cia. PeQuod)
Dia 25/09 das 8h às 12h

Processo criativo do ator (Luiz Carlos Vasconcelos)
Dia 22/09 das 8h às 12h

PALESTRAS:

“SESC – FOMENTADOR E DIFUSOR DAS ARTES CÊNICAS NO PAÍS”
DIA: 06/09 HORA: 16h

“A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO CRÍTICO DA CRIAÇÃO DAS ARTES CÊNICAS – UMA VISADA HISTÓRICA E ESTÉTICA”
DIA: 07/09 HORA: 16h

“O QUE É TEATRO CONTEMPORÂNEO?”
DIA: 08/09 HORA:16h

Todas as palestras serão ministradas por Maria de Fátima da Silva Assunção, técnica de teatro do Departamento Nacional do SESC.

MÚSICA:

13/09 A partir das 16 horas na Praça da Bandeira
Sandro Mangueira – Repertório: Luiz Gonzaga
Fidélia Cassandra - Repertório: Carmen Miranda
Across the Beatles – Repertório: Beatles

14/09 A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
3° Pessoa - Repertório: Cássia Eller
Geração da Luz - Repertório: Raul Seixas

15/09 A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
Jataí – Repertório: Autoral
Adilia Uchoa - Repertório: Tim Maia

16/09 A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
Sócrates Gonçalves - Repertório: Luiz Gonzaga
Johnny People - Repertório: Tim Maia

17/09 - A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
Choro Novo - Repertório: Instrumental
Gitana Pimentel - Repertório: Adoniran Barbosa
SONORA BRASIL – Músicos Marcelo Fernandes e Henrique AnnesLocal: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia / Hora: 18h

18/09 A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
Finessi Musical - Repertório: Instrumental
Robson Bass - Repertório: Autoral

19/09 A partir das 10 horas na Praça da Bandeira
Ronaldo Lima – Repertório: Luiz Gonzaga
Saudosa Maloca - Repertório: Adoniran Barbosa
Pepycho Neto – Repertório: Autoral

20/09 A partir das 16 horas na Praça da Bandeira
Projeto Binário - Repertório: Rap
Aerotrio - Repertório: Instrumental
Toninho Borbo - Repertório: Autoral

DANÇA:

10/09 A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
Companhia Caravana
Studio de Dança Fernanda Barreto
Companhia de Projeções Folclóricas Raízes
Companhia Caravana
Companhia de Dança Popular Caísca
Palácio das Artes Suellen Carolini
Grupo de Danças Caetés
Guerreiros do Ritmo
Companhia Folclórica Originis

11/09 A partir das 17 horas na Praça da Bandeira
Terra Brasilis Companhia de Dança
Palácio das Artes Suellen Carolini
Grupo de Danças Caetés
Studio de Dança Fernanda Barreto
Companhia Caravana
Companhia de Dança Popular Caísca
Companhia UR – Drama
Guerreiros do Ritmo
Capoeira Luanda

12/09 A partir das 12 horas na Praça da Bandeira
Companhia Folclórica Originis
Companhia de Cultura Tropeiros da Borborema
Grupo de Tradições Folclóricas Acauã da Serra
Grupo de Danças Caetés
Terra Brasilis Companhia de Dança
Capoeira Luanda

ESPETÁCULOS EM JOÃO PESSOA:

07/09 - CHOROS E VALSAS (RJ)
Local: Teatro Santa Roza / Hora: 20hs

11/09 - HYSTÉRIA (SP)
Local: Piollin / Hora: 17hs

14/09 - A NOITE DOS PALHAÇOS MUDOS (SP)
Local: Teatro Santa Roza / Hora: 20hs

20/09 - ANGÚ DE SANGUE (PE)
Local: Piollin / Hora: 19hs

21/09 - TROIS QUATRE PETITE VELO (FRA)
Local: Teatro Santa Roza / Hora: 20hs

25/09 - SILÊNCIO TOTAL (PB)
Local: Praça de Cem Réis / Hora: 15hs

28/09 - INVETÁRIO (RJ)
Local: Teatro Santa Roza / Hora: 20hs

29/09 - INVETÁRIO (RJ) (Apresentação Local)
Local: Teatro Santa Roza / Hora: 20h

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Abertas as inscrições para oficinas do Palco Giratório


Será realizado de 1 a 30 de setembro o Festival Palco Giratório - SESC Paraíba. O evento contará com apresentações de teatro, dança e música no SESC Centro Campina Grande, no Palácio das Artes Suellen Caroline, Praça da Bandeira, Centro Cultural Piolin (João Pessoa), Teatro Santa Roza (João Pessoa) e na Praça Ponto de Cem Reis (João Pessoa).

O Palco Giratório constitui-se numa ação coletiva entre o SESC nos estados, o público, os artistas e produtores culturais, e propõe-se a desenvolver, transformar, propagar e descentralizar as artes cênicas no Brasil. O projeto foi criado em 1998, e desde então já participaram dos circuitos nacionais 128 espetáculos, de diversos estados.

No Festival serão apresentados espetáculos de todo o país, além do espetáculo francês Trois Quatre - Petite Velo. Dentro da programação também serão oferecidas oficinas culturais, que acontecerão no SESC Centro Campina Grande, das 08h às 12h, e estão distribuídas nas áreas de teatro, música e técnicas circenses. As inscrições para as oficinas estão abertas até o dia 15 de setembro, no setor de cultura do SESC e o número de vagas e a taxa de inscrição varia de acordo com cada oficina.

Maiores informações podem ser obtidas através do blog do evento www.sesccultural.blogspot.com

Confira abaixo as oficinas e seus respectivos horários e taxa de inscrição.

Oficinas Festival Palco Giratório


Horário de 8h às 12h

Oficina Circense – 18 a 23 de setembro
Ministrante: Chesnar Silva
Resumo: Trabalho com técnicas de monociclo e ginástica de solo.
Número de Vagas: 20
Taxa de inscrição: R$ 5,00

O Processo Criativo do Ator – 22 de setembro
Ministrante: Luis Carlos Vasconcelos
Número de Vagas: 30
Taxa de Inscrição: 1 KG de alimento não perecível

Teoria e Prática no Teatro de Animação – 25 de setembro
Ministrante: Cia Carioca de Teatro de Bonecos PeQuod
Número de Vagas: 20
Taxa de Inscrição: 1 KG de alimento não perecível

Do Impulso à Ação – 26 a 28 de setembro

Ministrante: Duílio Cunha
Número de Vagas: 20
Taxa de Inscrição: R$ 5,00

Da redação com SESC Campina Grande

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Começa nesta segunda-feira a quarta edição do Comunicurtas


A partir desta segunda-feira, 24 de agosto, Campina Grande passará a respirar cinema, com quarta edição do Festival Audiovisual de Campina Grande, o Comunicurtas. O Festival é uma realização dos alunos do Departamento de Comunicação Social em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba - UEPB.

Durante a semana será desenvolvida uma extensa programação com oficinas, debates e exibições de filmes. A novidade para essa edição são as novas mostras competitivas “A ideia é...” e a “Mostra Tropeiros de Telejornalismo”, que premiará vídeos publicitários e reportagens.

Na noite de abertura do festival, que acontece no SESC - Centro a partir das 19h, será realizada uma homenagem à atriz paraibana Marcélia Cartaxo, que receberá o Troféu Machado Bitencourt pelo conjunto de sua obra. Entre as atrações da noite está a apresentação do grupo de Boys e Rappers. Encerradas as exibições das mostras competitivas, a festa continua com a programação social do festival, no clima alternativo do Bar Tenebra.

Maiores informaçõs sobre o evento no site www.comunicurtas.com.br

Marcélia Cartaxo


Pela primeira vez o Comunicurtas homenageia uma atriz. Mas não qualquer atriz. Marcélia Cartaxo é uma verdadeira estrela. A paraibana de Cajazeiras, cuja carreira se iniciou como uma brincadeira de criança, na qual encenava peças junto com os amigos, acumula uma experiência invejável em seu currículo, sendo considerada uma das melhores atrizes brasileiras.

No começo dos anos 80, integrando o grupo teatral “A Terra” - transformado mais tarde no “Piolin”, estava no elenco de “Beiço de Estrada”, um texto original de Eliezer Filho . Com a peça, eles acabaram por viajar boa parte do país, através do "Projeto Mambembão".

Quando a montagem chegou a São Paulo, a atriz encontrou uma nova chance. Na platéia estava a cineasta Suzana Amaral. Foi aí que surgiu o convite da diretora para que Marcélia fizesse os testes para viver Macabéa, que marca a estréia da atriz nas telonas e é, ainda hoje, seu trabalho mais importante da carreira. Sua interpretação impecável lhe rendeu o título de primeira atriz brasileira a conquistar o Urso de Prata, no Festival de Berlim de 1985. Depois dela, somente Fernanda Montenegro conseguiu esse mesmo feito, por seu desempenho em Central do Brasil (direção de Walter Salles), em 1998. O papel de Macabéa, também rendeu a Marcélia Cartaxo o Prêmio de Interpretação no Festival de Brasília.

Desde então, a atriz passou a ser figura marcante no cinema nacional, tendo participado de cerca de 20 filmes. Nos últimos anos, atuou em trabalhos como Baixio das Bestas, direção de Cláudio Assis (2007); Madame Satã, de Karim Aïnouz (2002), Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton (2007) e O Céu de Suely, de Karim Aïnouz (2006).

Marcélia também já revelou seu talento como diretora. Em sua primeira investida, através do curta-metragem 'Tempo de Ira', de 2003 (co-direção de Gisela de Mello) venceu o 7º Festival de Cinema, Vídeo e Dcine (cinema digital) de Curitiba e ainda conquistou prêmios de Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo) e Melhor Fotografia (Paulo Jacinto dos Reis) no Prêmio ABD - Festival do Audiovisual Pernambuco, Cine PE 2003; Melhor Direção no Festival Guarnicê, 2003; Melhor Fotografia (Paulo Jacinto dos Reis) no Festival de Florianópolis; Melhor Direção e Melhor Atriz (Antonieta Noronha) no 2º Curta Santos; Melhor Filme segundo Crítica no Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, Portugal; Melhor Atriz (Antonieta Noronha) no Festival de Vitória; Melhor Filme no Festival de Cuiabá; Menção honrosa da Crítica no Curta-se – Festival Luso-brasileiro de Sergipe.

Programação

Segunda – Feira 24/08/2009

19h Abertura Oficial do Comunicurtas
Entrega do Troféu Machado Bitencourt pelo conjunto da obra à atriz Marcélia Cartaxo

19: 40 Mostra Outros Olhares
Esse filme é para ser visto no cinema 6’ (experimental) PE
Direção: Chico Lacerda

19h 50 min Mostra Competitiva Telejornalismo
Paulo Barreto
Jornalista: Carla Batista
Violência e Impunidade: Caso Manoel Luiz
Jornalista: Laerte Cerqueira
Batuta
Jornalista: Amanda Falcão

20h Mostra Competitiva Tropeiros
Aos Pedaços - 8’ (Documentário) PB
Direção: Taciano Valério
Os Balões de 74 - 20’ (documentário) PB
Direção: Luciano Mariz
Pelas Pontas - 5’ (Ficção) PB
Direção: Iramaya Rocha
As Viúvas do Garçom Virgem 9’ 50’ (Ficção) PB
Direção: Wdilson Shelldon

21h min Mostra Competitiva Brasil
Torradeira Cubana 19’35’’ (documentário) PR
Direção: Almir Correia
O Anão Que Virou Gigante - 10’ (animação) / RJ
Direção: Marão
Pornographico 17’ (ficção) BA
Direção: Paula Gomes e Haroldo Borges

23h Programação Social

Terça – Feira 25/08/2009

10h Debate com os realizadores dos Vídeos exibidos na noite anterior
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

19h Mostras Competitivas A idéia é...
TÍTULO DA PEÇA: Paulinho 2
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: Criare Comunicação
TÍTULO DA PEÇA: Maria Canta
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: 9Ideia Comunicação
TÍTULO DA PEÇA: Formando Cidadãos, Educando Para A Vida #1
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: Rox Publicidade
TÍTULO DA PEÇA: Super Setentão 2
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: Criare Comunicação
TÍTULO DA PEÇA: Dia dos Namorados Mag
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: Criare Comunicação

19h 10min Mostra Competitiva Telejornalismo
50 anos da queda de avião em Campina Grande
Jornalista: Rômulo Azevêdo
Artesanato em Fagundes
Jornalista: Fernanda Lacerda
Artistas de Rua
Jornalista: Thaíse Carvalho
Zabé da Loca
Jornalista: Luciellen Souza

19h 20 min Mostra Competitiva Tropeiros
Vasos Comunicantes 14’ 56” (documentário) PB
Direção: David Sobel
Proibido Estacionar 4’57’’ (ficção) PB
Direção: Thaís Gualberto
Por Umas Cabeças A Mais 5’ (Ficção)
Direção: Anacã Agra e Ramon Porto Mota
A Medida de Quilômetro 15’ (documentário) PB
Direção: Nycolas Albuquerque
O Apóstolo do Sertão 20’ (documentário) PB
Direção: Laércio Ferreira de Oliveira Filho

20h 30min Mostra Competitiva Brasil
Quem será Katlyn?
Direção: Caue Nunes 20’ (documentário) SP
Descrição da ilha da saudade ou Baudelaire e os teus cabelos 20’ (ficção) GO
Direção: Alyne Fratari
Terra
Direção: Sávio Leite 05’ (animação) MG

22h Programação Social

Quarta - Feira 26/08/2009

10h Debate com os realizadores dos Vídeos exibidos na noite anterior
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

19h Mostra Competitiva A Ideia é...
TÍTULO DA PEÇA: São João de Tradição e Economia
DURAÇÃO: 60’’
AGÊNCIA: Criare Comunicação
TÍTULO DA PEÇA: Bote A Cabeça Para Funcionar #4
DURAÇÃO: 15’’
AGÊNCIA: Rox Publicidade
TÍTULO DA PEÇA: Ciclo III
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: 9Ideia Comunicação
TÍTULO DA PEÇA: Formando Cidadãos, Educando Para A Vida #3
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: Rox Publicidade
TÍTULO DA PEÇA: Dia dos Namorados
DURAÇÃO: 30’’
AGÊNCIA: 9Ideia Comunicação

19h 10 min Mostra Telejornalismo
Sepultamento de Marinês
Jornalista: Mônica Victor
Menon/Memórias
Jornalista: Leonardo Alves

19h 20min Mostra Tropeiros
1500 Circular 16’ (documentário) PB
Direção: Chico Sales
O Fio da Memória 11’ 12’’ (documentário) PB
Direção: Gian Orsini e Lucio Vilar
Correndo Atrás 9’ 42’’ (documentário) PB
Direção: Rômulo Azevedo
Depois da Curva 17’ (ficção) PB
Direção: Helton Paulino
Sobre Vidas 8’30’’ (Documentário) PB
Direção: Deleon Souto

20h 20min Mostra Brasil
Josué e o Pé de Macaxeira - 12’ (animação) / RJ
DIRETOR: Diego Viegas
A Vida é Curta 20’ (ficção) PE
Direção: Leo Falcão
Hiato - 20’ (documentário) / RJ
Direção: Vladimir Seixas

21h 30min Mostra Outros Olhares
O Rebeliado – 70’ (documentário) PB
Direção: Bertrand Lira

23h Programação Social

Quinta - Feira 27/08/2009

10h Debate com os realizadores dos Vídeos exibidos na noite anterior
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

14h Oficinas
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

19h Mostra Competitiva Estalo
NOME DO FILME: A Caixa
DIRETOR: Melina Costa
DURAÇÃO: 01’
NOME DO FILME: Blackboard Fighter
DIRETOR: Ian Costa
DURAÇÃO: 01’
NOME DO FILME: A Voz do Povo
DIRETOR: Ebert Viana
DURAÇÃO: 58’
NOME DO FILME: A Pele
DIRETOR: Mabel Dias e Fabiana Veloso
DURAÇÃO: 1’
GÊNERO: Ficção
NOME DO FILME: Gaia
DIRETOR: Emanuel Grilo
DURAÇÃO: 1’ 00”
GÊNERO: Ficção

19h 10 min Mostra Tropeiros
Kohbac – A maldição da Câmera Vermelha 16’ (documentário) PB
Direção: Lúcio Vilar
Maria de Kalú 14’ (documentário) PB
Direção: Carlos Mosca e Ronaldo Nerys
Enquanto a Justiça Tarda 20’ (documentário)
Direção: Fabiano Raposo
Noia 20’ (ficção) PB
Direção: Érik Medeiros
Sweet Karolynne 15’ (documentário) PB
Direção: Ana Bárbara Ramos

20h 30min Mostra Brasil
Atave – A Avicultura Escancarada 09’34’’ (documentário) PE
Direção: Guilherme Carvalho e Felipe Leal
Com as Próprias Mãos 15’ (ficção) PR
Direção: Aly Muritiba
Como Comer Um Elefante
Direção: Jansen Raveira - 05’52’’ (animação) RJ
Os Filme que Não Fiz 16’ (ficção) MG
Direção: Gilberto Scarpa

21h 30min Mostra Outros Olhares
Apto. 608 – (documentário) RJ
Direção: Beth Formaggini

23h Programação Social

Sexta - Feira 28/08/2009

9h Fórum dos realizadores audiovisuais da Paraíba
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

10h Debate com os realizadores dos Vídeos exibidos na noite anterior
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

14h Oficinas
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

19h Premiação
Local: Auditório do Colégio Alfredo Dantas - CAD

23h Festa de encerramento na Calourada de Comunicação
Local: Departamento de Comunicação da UEPB

Da redação com Comunicurtas

sábado, 22 de agosto de 2009

Viva a cultura universitária


Viva a nossa cultura universitária! Esse é o slogan da Calourada de recepção dos feras 2009.2 da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que acontecerá dia 28 de agosto, a partir das 21h00 no Departamento de Comunicação Social, palco das mais tradicionais e ecléticas calouradas da cidade.

O evento é uma realização do Diretório Central dos Estudantes da UEPB, Centro Acadêmico Vladimir Herzog (CA de Comunicação) e a União Nacional dos Estudantes- UNE. “Será um momento especial de convívio cultural para todos que fazem a universidade, e de oportunizar a integração entre calouros e veteranos”, comenta Thiago Medeiros, coordenador do DCE.

Em meio a variedade de ritmos, a valorização da cultura nordestina será evidenciada num palco destinado ao forró, com o arrasta pé do Trio Ponto e Vírgula, Forró Xinelada, Forró Mandacaru e Cordeiro do Acordeon, além do grupo Fuso Horário, com um gostoso samba de mesa. Outros dois ambientes farão parte do evento: o espaço alternativo, com o Rock do Casa Verde, Mentes Mutáveis e Sr. Godofredo. Além de uma Arena Mix, com o DJ Jerson.
A organização do evento preocupou-se em abrir espaço para os novos talentos que surgem dentro da própria universidade, como é o caso do Trio Ponto e Vírgula (odontologia), Mentes Mutáveis e Dj Jerson (comunicação social.Para os que já querem garantir a entrada na festa, os ingressos já estão disponíveis no DCE – UEPB e no CA de Comunicação Social, ao preço de cinco (estudante) e dez reais (inteira). O evento tem o apoio do Comunicurtas, CA’s-UEPB, Cachaça Barro Branco, Associação Campinense de Imprensa (ACI) e Campina FM.

Novos talentos

A Calourada é um evento tradicional em todas as Universidades, que tem como objetivo receber os novos alunos (feras/calouros). Mas além da recepção dos feras, várias delas já foram palco do surgimento de novos talentos, de artistas hoje consagrados. Em Campina Grande, apesar do perfil das calouradas terem mudado ainda se pode encontrar esse espaço.

Muitos foram os grupos que se apresentaram nesses palcos e hoje fazem sucesso nacional e internacionalmente. Para os que não se recordam vamos ‘refrescar a memória’: Cabruêra foi um deles. O grupo teve sua estréia em 1998 numa calourada em Comunicação Social. “A partir das apresentações em calouradas nosso grupo ganhou visibilidade, tanto dentro da cidade, com apresentações no “Maior São João do Mundo”, como noutras cidades, porque os próprios estudantes que não eram de Campina, divulgavam nosso trabalho”, disse Arthur Pessoa, da Cabruêra.

Thiago D’angelo, vocalista de Mentes Mutáveis, diz ser importante esse espaço que algumas calouradas abrem para o grupo, visto que, tocar rock na ‘terra do forró’ é um pouco difícil. “Espero que outros organizadores abram espaço para quem está chegando agora, e querem mostrar seu trabalho”, comenta.

O Departamento de Comunicação Social está localizado na Rua Pedro I, S/N – São José (Ao lado do HU). Mais informações, através do (83) 3341.6953 (DCE), ou pelo endereço eletrônico www.dceuepbnet.blogspot.com

Por Leidiane Alves

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ministério da Cultura homenageia mestres da cultura popular

A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC) promoverá a 5ª oficina de capacitação para participação no Prêmio Culturas Populares 2009, no dia 10 de agosto, em Olímpia, no estado de São Paulo.

A Oficina integra a programação da 45ª edição do tradicional Festival do Folclore de Olímpia, que reúne grupos e artistas de 17 estados brasileiros, e será realizada na Praça das Atividades Folclóricas "Prof. José Sant'Anna" às 9h.

O Prêmio Culturas Populares 2009 foi lançado no dia 15 de julho e receberá inscrições até 28 de agosto. Uma das novidades do edital deste ano é a possibilidade de realizar essa inscrição oralmente. A oficina será ministrada pelo Coordenador-geral de Fomento e da Identidade e da Diversidade Étnica da SID/MinC, Marcelo Manzatti. É gratuita e aberta a todos os interessados.

Homenagem

O Prêmio Culturas Populares, este ano, homenageia a Mestra Dona Izabel Mendes da Cunha, artesã e ceramista de Santana do Araçuaí, em Minas Gerais.

Com 85 anos de idade, Dona Izabel, como é mais conhecida, ficou famosa por ser a criadora das populares noivas de cerâmica, forma de expressão que fez escola no Vale do Jequitinhonha, onde até hoje ela continua ensinando e fazendo suas bonecas de barro.

O edital irá contemplar 60 mestres e 135 Grupos/Comunidades Formais e Informais envolvidos diretamente com as expressões culturais populares. Cada candidato selecionado será premiado com R$ 10 mil, totalizando um investimento de cerca de R$ 2 milhões.

Clik no título da postagem para abrir o site do MINC.

domingo, 9 de agosto de 2009

Literatura de Cordel: cultura, poesia e informação


Vindo nas caravelas de nossos colonos portugueses, o cordel, esse gênero tão brasileiro e popular de poesia, se desenvolveu principalmente no Nordeste do país. Inicialmente os temas retratados no cordel, eram ligados à divulgação de histórias antigas, que encantavam os povos, e vinham sendo transmitidas oralmente, atravessando gerações. Com o passar do tempo, o cordel passou a retratar, também acontecimentos recentes; quando não havia jornais, rádio ou televisão ou quando estes não alcançavam as camadas mais populares, o cordel era utilizado como meio de comunicação e principalmente de opinião entre os membros de uma dada comunidade.

O cordel, ao contrário do que possa parecer, não é um estilo inferior de literatura, a chamada “poesia matuta” se modificou e hoje é um veículo de informação e opinião. Em folhetos de cordel são biografados vultos importantes da nossa história, são tratados problemas sociais, como a saúde e a preservação do planeta. Assim o cordel ganhou espaço nas escolas, sendo usado como fonte de estudo da língua e dos costumes de nosso povo. Como afirma Manoel Monteiro, um dos “matutos” que ainda acreditam no potencial da literatura de cordel e que, além disso, sobrevive dela: “O cordel é uma grande fonte de informação, ele revela a cultura de nosso povo, sua língua, seus costumes, etc. E leva informação, tem uma linguagem acessível tratando de temas importantes, com uma linguagem simples, sem ser metido a besta”.

Manoel Monteiro começou seu ofício aos 16 anos, e hoje é considerado o mais importante cordelista brasileiro que ainda se encontra em atividade, possui uma produção diversificada que abrange toda a área da atividade humana. Suas narrativas são envolventes e prendem o leitor do princípio ao fim, além da influência verbal, própria dos grandes mestres. Em razão da qualidade de sua produção, a literatura de cordel está sendo indicada para a grade escolar de várias cidades brasileiras. Como exemplo disso tem-se a Universidade Estadual da Paraíba, que adota folhetos de cordel nas leituras obrigatórias de seus vestibulares. Para Manoel Monteiro, o cordel tem forte participação na educação: “O cordel é o melhor meio para criar no aluno o hábito da leitura, o cordel, de boa qualidade é claro, trará informação de uma maneira agradável, com uma linguagem simples, e isso vai despertar no aluno o prazer da leitura, a curiosidade em descobrir e conhecer cada vez mais”. O cordelista enfatiza, porém, que o cordel não substitui as outras literaturas, mas ao contrário se apresenta como um complemento e estímulo a leitura destas.

Manoel Monteiro é um grande exemplo de que a cultura popular ainda sobrevive paralela a todo o desenvolvimento tecnológico atual, ainda há espaço para as manifestações da tradição nordestina, desde que estas sejam de qualidade. Apesar de todos os meios de comunicação, hoje existentes, o cordel mantêm seu espaço, informando e encantando seus leitores, trazendo conhecimento revestido de poesia. “O cordel é um veículo de informação, uma forma de levar conhecimento de uma maneira agradável, com uma linguagem simples, que pode ser entendida por todos. Apesar de todos os outros veículos de comunicação sempre haverá espaço para o cordel de boa qualidade, o novo cordel, um cordel que traga conhecimento, que venha acrescentar algo aos seus leitores”, afirma o cordelista Manoel Monteiro.

Por Samantha Pimentel

sábado, 8 de agosto de 2009

Músicos campinenses dão o tom na segunda noite do I Festival de Inverno da Serrinha


Toninho Borbo e FHZO e o grupo Marxuvipano são as atrações da segunda noite do I Festival de Inverno da Serrinha, realizado na cidade de Jurupiranga, divisa com o estado de Penambuco. O festival teve inicio na última sexta feira (06) e se estenderá até o próximo domingo dia 08 de agosto.

Além dos músicos as produções de cinema de Campina e da Paraíba também estão na programação do 1º Festival de Inverno de Serrinha. Para a noite de sábado a animação fica por conta da banda Repercussão e Dj Etnia, Dj Demétrius e grupo KR3. No domingo se apresentam no palco do festival, o Cavalo-Marinho de Pedras de Fogo, Rabeca de Fogo e Desvio de Conduta.

A realização do festival é uma iniciativa de jovens produtores da região de Serrinha, que conseguiram reunir nomes que se destacam na cena musical e no cinema da região de Campina Grande em quatro dias de evento. Para Paulo Philippe, um dos coordenadores do evento, o desejo de democratizar a cultura foi o grande motivador para a realização desse evento.

“A gente apresenta grupos paraibanos, mas que possuem valor artístico inegável. Movimentar essa cena é o que pretendemos continuar fazendo. A Paraíba possui produções artísticas de qualidade e precisa abrir mais espaços para as manifestações”, comentou.

Da redação com De acordo com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sesc de Campina Grande inscreve para o 'II Overdoze'

Artistas plásticos, músicos, dançarinos, cinéfilos, poetas ou qualquer pessoa envolvida com arte e cultura, e que tenha fôlego para doze horas ininterruptas de apresentações artísticas, podem se inscrever a partir da próxima segunda-feira para o ‘II Overdoze’, um evento promovido pelo Sesc Centro Campina Grande, dentro da programação da 1ª edição do Palco Giratório.

O Overdoze acontecerá entre as 18h e 6h dos dias 5 e 6 de setembro e constará de esquetes teatrais, danças, apresentações musicais, cinema, poesia dramatizada e artes plásticas que serão apresentadas em diversos lugares das instalações da unidade, em Campina Grande. O objetivo é integrar os artistas da Paraíba, abrindo espaços para diversos tipos de apresentações artísticas, despertando a produção de esquetes e incentivando a produção cultural da cidade e região.

Podem ser escritos trabalhos inéditos publicados e/ou já apresentados em outros eventos. Cada trabalho deverá respeitar o tempo máximo de 20 minutos, podendo ser desclassificado caso ultrapasse a tolerância de três minutos. As propostas serão selecionadas por uma Comissão de Avaliação, composta por profissionais ligados à área artístico-cultural, sendo estes, escolhidos pelo Sesc. Os interessados devem procurar o setor de Cultura do Sesc Centro. A taxa de inscrição é de R$ 5 por esquete ou performance.

Fonte: Jornal da Paraíba

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Diversidade Cultural em Sousa - PB


O Seminário da Diversidade Cultural, realizado pelo Ministéiro da Cultura (MinC), finalmente chegará à Paraíba nos próximos sexta-feira e sábado, dias 7 e 8. O Sertão paraibano já está à espera do evento que acontece em mesas-redondas na cidade de Sousa. O público alvo são os gestores públicos e privados de toda a região, incluindo cidades do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

As discussões terão como ementas a gênese, histórico de negociações, conceitos, objetivos e princípios diretores da Convenção da Diversidade Cultural e atualidades das negociações no Comitê Intergovernamental. Outra temática é como as políticas públicas de cultura no Brasil estão respondendo aos desafios da Convenção, cujos artigos 5, 6, 7 e 8 tratam dos direitos e obrigações dos países que a integram, tais como as medidas que eles devem tomar para a promoção e para a proteção das suas expressões culturais.

O evento vai discutir também a importância da diversidade cultural nas políticas de desenvolvimento sustentável (artigos 13 e 14 da Convenção) e como a educação e a sociedade civil podem participar da implementação da Convenção, conforme os artigos 10 (Educação e Conscientização Pública) e 11 (Participação da Sociedade Civil) da Convenção.

Os próximos Seminários serão realizados nas regiões Norte (Boa Vista, Roraima), Sul (Curitiba) e no Centro-Oeste, tendo como parceiras as Secretarias estaduais e municipais de cultura. Além do apoio da representação regional no Nordeste do MinC, o encontro terá como parceiros o Observatório da Diversidade Cultural e o Banco do Nordeste, que vai acolher o seminário no Centro Cultural Banco do Nordeste em Sousa.

Contaremos também com o apoio da Subsecretaria de Cultura da Paraíba, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC, a Fundação Municipal de Cultura de Sousa e a Fundação Casa de Cultura José Américo.

PROGRAMAÇÃO

Sexta, manhã

8h – 9h: Credenciamento e Café de Boas-Vindas
8h30 - 9h: Grupo de Xaxado Pisada do Sertão, da cidade Poço de José de Moura (praça Tozinho Gadelha, ao lado do CCBNB)
9h – 9h10: Aboiador Zé Paulino, da cidade de Sousa (anfiteatro do Centro Cultural)
9h10: Abertura
Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural – Américo Córdula
Subsecretário de Cultura da Paraíba – Flávio Tavares
Presidente da Fundação Municipal de Cultura de Sousa – Ivan Rosendo
Gerente de Cultura do Banco do Nordeste – Henilton Menezes
10h: Mesa 1 – A Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais
Ementa: Gênese, histórico de negociações, conceitos, objetivos e princípios diretores da Convenção da Diversidade Cultural, atualidades das negociações no Comitê Intergovernamental.
Palestrante: Giselle Dupin – Coordenadora da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural e membro da Delegação brasileira no Comitê Intergovernamental da Convenção


Sexta, à tarde

14h30: Mesa 2 – Proteger e Promover a Diversidade Cultural
Ementa: Artigos 5, 6, 7 e 8 da Convenção, que tratam dos direitos e obrigações dos países que integram a Convenção, tais como as medidas que eles devem tomar para a promoção e para a proteção das expressões culturais. Como as políticas públicas de cultura no Brasil estão respondendo aos desafios da Convenção.
Palestrantes: Américo Córdula (secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura); Alexandre Barbalho (Universidade Estadual do Ceará); Marcos André Rodrigues Carvalho (coordenador de Diversidade Cultural da Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro); Carmem Lélis (Gerente de Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial da Secretaria Municipal de Cultura de Recife). Relatora: Giuliana Kauark (UFBA)
21h – Show ‘Violas de Bronze’, com Siba e Roberto Corrêa (anfiteatro do Centro Cultural)

Sábado, manhã

8h30 – 9h: Banda Cabaçal do Zé Pretinho, da cidade de Tavares – PB (cortejo dentro do Centro Cultural, levando o público para o anfiteatro)
9h: Mesa 3 – Diversidade Cultural e Desenvolvimento
Ementa: Artigos 13 e 14, sobre a importância da diversidade cultural nas políticas de desenvolvimento e de desenvolvimento sustentável.
Palestrantes: Manoel Salustiano Filho (Associação Piaba de Ouro); Paulo André Pires (Porto Musical de Recife); Vincent Carelli (Vídeo nas Aldeias), Isabel Cristina Martins Guillen (UFPE). Relatora: Carmem Paula Vasconcelos Menezes (Gerente do Centro Cultural Banco do Nordeste em Fortaleza)

Sábado, à tarde

14h: Mesa 4 – Diversidade Cultural e Sociedade Civil
Ementa: Artigos 10 (Educação e Conscientização Pública) e 11 (Participação da Sociedade Civil). Como a educação e a sociedade civil podem participar da implementação da Convenção.
Palestrantes: José Márcio Barros (Observatório da Diversidade Cultural); Durval Albuquerque (UFRN); Daniel Munduruku (Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual); Hélio de Souza Filho (Representante da Fundação Casa Grande, PE). Relator: Eduardo Pordeus (UFPB).
18h30 – 19h: Grupo Caboclinhos, da cidade de Pedras de Fogo - PB (Praça Tozinho Gadelha, ao lado do CCBNB)
20h30: Grupo de Hip Hop “Relatores”, da cidade de Juazeiro do Norte (anfiteatro do Centro Cultural)

Fonte: De acordo com e Jornal da Paraíba

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Noite de Música no SESC Centro com o Coro em Canto e Coro Masculino da UFCG

Para a programação da noite, do primeiro dia da Abertura do Curso de Graduação em Música, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), A organização do evento preparou no teatro do SESC-Centro, um recital com o Coro em Canto e o Coro Masculino da UFCG. Apresentação terá inicio às oito e meia da noite, logo após a aula Magna com o Magnífico Reitor da Universidade Federal de Campina Grande, prof. Thompson Fernandes Mariz.

As atividades de abertura do Curso de Graduação em música tiveram inicio hoje, as oito horas da manhã com a mesa – redonda: “A música na Paraíba na perspectiva dos compositores”, mediada pelo professor da UFCG Lemuel Guerra. A programação, que contará com palestras, mesas – redondas e apresentações culturais, se estenderá até o dia 07 de agosto, e são todas abertas ao público.

Os locais de realização das atividades são o Auditório do Curso de Arte e Mídia, UFCG e o Teatro do SESC Centro, a programação tem inicio sempre às oito da manhã e para maiores informações basta ligar para os fones: 3310-1455 e 3310-1553.

Coro em Canto

Vinculados à Unidade Acadêmica de Arte e Mídia, do Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande, o coral tem atuado como coro-escola incorporando anualmente novos cantores. Nesta temporada são 50 vocalistas que ensaiam em três sessões semanais de duas horas.

O regente Lemuel Guerra, afirma que o Coro em Canto, tem suas atividades baseadas nas premissas de que todos, em princípio, podem cantar, e a de que os ensaios devem ser mais do que sessões de aprendizado.

Para Lemuel, “os ensaios são também oportunidades para discutir o mundo e as preocupações humanas, afirmou.

por Marcos Moraes

terça-feira, 4 de agosto de 2009

UFCG inaugura curso de graduação em Música com programação acadêmica e cultural


A Unidade Acadêmica de Arte e Mídia (UAAM) da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, campus Campina Grande, vai iniciar neste semestre, 2009.2, o primeiro curso de graduação em Música, que oferecerá a habilitação em Produção Musical, inédita em todo o país. A habilitação forma produtores musicais para atividades cênicas e audiovisuais, considerados mercados carentes de pessoas com formação nessas áreas.

Para a abertura do curso foi elaborada uma programação especial que envolve discussões acadêmicas e atividades culturais, o evento acontece entre os dias 5 a 7 de agosto e conta com mesas-redondas, recitais, palestras e apresentações musicais. Confira a programação e participe!

Programação de Abertura do Curso de Graduação em Música


5 de agosto (quarta-feira)

8:00h - Mesa-Redonda: “ A Música na Paraíba na Perspectiva dos Compositores”.
Moderador: Prof. Lemuel Guerra (UFCG)
Palestrantes: Prof. Eli-Eri Moura (UFPB)
Prof. Liduíno Pitombeira (UFPB)
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

10:30h – Recital de Violão com Prof. Jorge Ribbas (UFCG)
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

14:00h – Palestra: “Estrutura e Funcionamento do Curso de Licenciatura e Bacharelado
em Música”.

Palestrante: Prof. Carlos Alan Peres (UFCG)
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

16:30h – Recital de Canto e Piano com Vladimir Silva e Maria Di Cavalcanti
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

20:00h – Aula Magna com Magnífico Reitor da Universidade Federal de Campina
Grande Prof. Thompson Mariz

20:30h – Recital do Coro Masculino da UFCG
Recital do Coro em Canto da UFCG
Local: Teatro do SESC-Centro

6 de agosto (quinta-feira)

8:00h – Palestra: “A História da Educação Musical na Paraíba nas décadas de 30 e 50”.
Palestrantes: Prof. Luceni Caetano (UFPB)
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

10:30h – Performance Reflexons com o Diretor de Arte e Mídia Paulo Guilherme
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

14:00h – Palestra: “Perfil Artístico e Acadêmico dos Professores do Curso de
Licenciatura e Bacharelado em Música”

Prof. Carlos Alan Peres e Prof. Pedro Quirino (UFCG)
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

16:30h – Recital com alunos da Graduação em Música da UFCG
Trio Violões
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

20:00h – Duo de Trombone e Piano
Quinteto de Cordas
Quarteto de Jazz
Local: Teatro do SESC-Centro

7 de agosto (sexta-feira)

08:00h – Mesa-Redonda: “A Música na Paraíba na Perspectiva dos Intérpretes e
Produtores”.

Moderador: Prof. Vladimir Silva (UFCG)
Palestrantes: Prof. Maria de Cavalcanti (UFCG)
Prof. Joelson Rodrigues (UFCG)
Prof. Jorge Ribbas (UFCG)
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

10:30h – Recital de Música com alunos da Graduação em Música da UFCG
Grupo Sax
Local: Auditório da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia – UFCG

20:00h – Concerto com a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba
Local: Teatro do SESC-Centro

Da redação com UFCG

Comunicurtas: inscrições para oficinas começam nesta quarta


As inscrições para as oficinas oferecidas pelo Festival Audiovisual de Campina Grande, o ‘Comunicurtas’, estarão abertas a partir deste dia 5 de agosto. Podem se inscrever estudantes, artistas, cineastas e demais interessados em cinema e sua produção. Este ano serão oferecidas cinco oficinas com total de 80 vagas, distribuídas nas seguintes áreas: Fotografia, com João Carlos Beltrão (12 vagas); Roteiro, com Bertrand Lira (20 vagas); Áudio, com Gustavo Rocha (12 vagas); Pesquisa para construção do roteiro, com Beth Formagini (20 vagas) e Direção para Documentário com Torquato Joel (16 vagas).

Os interessados em se inscrever na oficina de fotografia deverão ter conhecimento prévio sobre o assunto, sendo isso um pré-requisito para o candidato que for se inscrever. As inscrições serão feitas em dois horários pela manhã de 8h às 12h e à noite das 18h às 21h entre os dias 5 a 7 de agosto, na Secretaria do Curso de Comunicação Social da UEPB, situado à Rua Pedro I, s/n, bairro São José.

Para se inscrever é necessário 2kg de alimentos não-perecíveis (exceto Sal) que serão doados a uma instituição ainda a ser escolhida pela comissão organizadora do evento. Na edição anterior as doações foram a ONG RNP+CG, em Campina Grande.

As oficinas acontecerão no Departamento de Comunicação Social, no bairro São José, no período da tarde, durante o festival que acontecerá de 24 a 28 de agosto. Mais informações pelo telefone (83) 3310-9745.

Fonte: Jornal da Paraíba

domingo, 2 de agosto de 2009

“Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o seu povo”


Há 20 anos, em 2 de Agosto de 1989, na cidade do Recife silenciava a voz forte do pernambucano nascido em Exu, Luiz Gonzaga. Falecia o conhecido Rei do Baião, vítima de osteoporose. Luiz Gonzaga foi um nordestino apaixonado por sua gente, pela sua terra, pela sua cultura, e em nome desse amor viveu pra cantar as coisas de seu povo.

Na última vez que subiu ao palco, com auxílio de uma cadeira de rodas, Seu Lua contrariou as ordens médicas e levantou-se apoiado no microfone para fazer um breve discurso onde louvou o forró e disse: “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o seu povo, o sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor...”.

Por esse amor que Gonzagão tão bem expressou em suas letras, em seu canto, e no ritmo contagiante de sua sanfona, e que disseminou aos quatro ventos, mostrando as coisas do nordeste e de seu povo, que hoje lembramos com saudade de sua figura e reconhecemos sua grande contribuição para a cultura popular, sobretudo para o povo nordestino, retrato de seu canto.

Luiz Gonzaga... Gonzagão... Seu Lua... O Rei do Baião... o Nordeste e seu povo agradecem a paixão que lhes foi dedicada e sentem imensa falta de seu voz forte a ditar o ritmo e botar todo mundo pra dançar um forró “danado de bom”.

Por Samantha Pimentel

"LUIZ GONZAGA - OUT/1988"


Essa entrevista foi concedida ao jornalista Marcos Cirano e ao fotógrafo Pedro Luiz, num apartamento do bairro de Boa Viagem, Recife, a 17 de outubro de 1988.

Nove meses antes de morrer, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, deixou gravada uma conversa de mais de uma hora com os repórteres Marcos Cirano e Pedro Luís. Vários trechos desse depoimento permaneceram inéditos até hoje. Veja a íntegra da entrevista e saiba porque ela não foi publicada antes.

Marcos Cirano - São 50 anos de carreira. E aí?


Luiz Gonzaga
- Eu acho que corri, corri, corri e acabei parando em casa.

Marcos Cirano - O senhor ta trabalhando um novo disco, né?


Luiz Gonzaga
- É, todo mundo trabalha. Esse disco tem, realmente, uma grande importância para mim. Porque, mesmo que eu não quisesse parar, eu agora to condenando a isso, né, embora eu tenha a intenção de fazer tudo pra continuar. Porque, quando a gente cria, a gente tem obrigação de fazer cultura pra preservar as tradições, pra contar sua própria história. Porque, senão, ninguém vai querer contar, com a mesma empolgação, com o mesmo amor, com a mesma garra que eu sempre dediquei, de uma maneira completamente diferente, procurando sempre as estradas, sempre os caminhos em busca das cidades onde eu tinha certeza que existia uma colônia forte de cabeças-chatas esperando por mim. Então, aí eu instalei, instalava minhas tribunas. Estivesse onde estivesse: no noroeste, no oeste, no sul, em São Paulo, no sul do sul... Onde eu ia, encontrava as colônias nordestinas. Saudosas colônias sem administração, sem mando, furando novas...vamos dizer assim, procurando se apossar de um pedacinho de terra, um meio de vida melhor... E eu cantava pra eles, lá onde estivesses, as canções mais bonitas, as mais fortes, as mais tristes, que fazia todo mundo chorar... meu objetivo não era esse, mas acontecia. Às vezes, eles choravam com uma coisa alegre que eu cantasse. (Gonzagão tenta, mas não consegue prender o choro)

Marcos Cirano - Nesses 50 anos de carreira, o senhor fez tudo o que teve vontade? Na música e nas andanças.

Luiz Gonzaga - Só não fiz porque, naturalmente, meu talento não dava. Mas, enquanto meus companheiros achavam que as minhas idéias eram boas, a gente fazia juntos. Fora aquelas que eles criavam para mim... Humberto Teixeira, Zé Dantas. Antes deles, Miguel de Lima. Depois, Zé Marcolino, aqui do sertão, que morreu recentemente em desastre de automóvel... Então, assim, eu fiz, modéstia à parte, um grande acervo que ainda não está exposto, mas está em Exu, esperando a oportunidade de ser exposto no Museu Luiz Gonzaga.

Marcos Cirano - O que está faltando para esse acervo ficar exposto?


Luiz Gonzaga - Ta faltando administração, eu sou péssimo administrador. Material tem até sobrando, que dá até pra três museus. Mas, museu, no Brasil, parece palavrão... A minha intenção é de ajudar a imprensa e os pesquisadores que, quando precisarem escrever algo sobre Luiz Gonzaga, sobre Humberto Teixeira, Zé Dantas, meus outros excelentes companheiros como Onildo Almeida, Janduhy Filizola, ambos de Caruaru, então vocês vão ter condições de pesquisar capas de LPs, LPs, reportagens... Eu quero oferecer isso para você que tá me procurando aqui hoje e que é jovem, daqui há algum tempo você vai a Exu e lá você encontra tudo, todo acervo do Rei do Baião, fácil, fácil, palpável, e escreve o que você quiser. Não sobre mim, mas sobre o Nordeste, sobre as músicas que eu criei.
Gonzagão pára um instante, depois prossegue:
Descobri o Nordeste musical, musicalmente falando. Não foi o Nordeste, foi o Sertão. O Nordeste sempre teve os seus carnavais, suas festas tradicionais para exibir as suas canções. Mas, eu esbarrava sempre, no Rio de Janeiro, para vencer, contra tudo e era barreira quase invencível. De vez em quando, aparecia um seresteiro, como Augusto Calheiros e mais alguns, que, através de suas vozes, eles contavam as coisas engraçadas do Nordeste, como Manezinho Araújo.
Mas, não com a boa intenção que eu me apresentava, em cima de caminhão, levando o patrocinador nas costas, fazendo espetáculos nas praças públicas, improvisando espetáculos em determinadas praças...
Agora, tudo isso por quê? Porque eu não me achava bastante suficiente para concorrer com ninguém. Eu tinha que levar minha música diretamente àqueles que ignoravam totalmente o Nordeste. É claro que os colegas compareciam e coloriam o ambiente. Mas, o objetivo era cantar para os barrigas-verdes, os gaúchos, os caipiras, os cariocas. E conseguia, quase sempre, patrocinadores. Então, eu tinha liberdade. E assim, no meio desse público, eu era acolhido de surpresa até...
Ali no meio desse público tinha Caetano, tinha Gil, tinha muitos cantores doidos por aí, famosos hoje, que já mudaram de roupa várias vezes, hoje são até roqueiros, mas mesmo como roqueiros continuam afirmando que Luiz Gonzaga o influenciou, o influenciaram. E eu tava dando uma de Deus, escrevendo certo por linhas tortas. Totalmente despreparado mas, quando eu soltava alguma coisa, eles sentiam que tinha um sabor tão especial que não dá nem pra se lembrar qual a sua origem. E eu levava as coisas que aprendi na minha infância, com meu pai, as piadas do velho Januário, que meu pai era muito espirituoso. E fui me tornando um artista assim, espontâneo. Atingi praticamente todas as camadas sociais, cassinos etc., mas nunca me empolguei pela a cidade grande e a saudade do Nordeste sempre foi eterna. Hoje, graças a Deus, bem sucedido, menos com a saúde, continuo cantando com graça o meu forró. Como, por exemplo (recita):
Tô doidim pra me deitar naquela cama
To doidim pra me cobrir com teu lençol
Doidim pra te matar de cheiro
Juntar os travesseiros
Soprar o candeeiro e começar nosso forró
Esses versos vão ser gravados agora, são de uma música de João Silva e Luiz Gonzaga, do meu último LP. Nem decorei ainda, porque eu só péssimo decorador até das minhas próprias coisas. É uma mão-de-obra desgraçada! O nome dessa música é Vou te matar de cheiro. Quer dizer, uma linguagem dessa, meu filho, pra um cara que vem do mato... Isso sempre foi a minha primazia.

Marcos Cirano - Essa música é do novo disco que o senhor vai lançar?

Luiz Gonzaga
- Essa música é do próximo LP. Até doente eu boto tempero e graça nas minhas coisas.

Marcos Cirano - Esse próximo disco já está todo pronto?

Luiz Gonzaga - Ta todo arrumado aí, as músicas feitas, mas a doença e a preguiça não me deixam fechar. Mas, como eu tô sentindo um cheiro de melhora... Eu tenho horas que eu sofro muito, porque eu tô sofrendo de uma doença chamada... (Gonzagão não consegue pronunciar a palavra osteoporose e pede auxílio a sua companheira Edelzuíta: como é o nome da danada da doença? Venha cá, você não pode ficar longe de mim, não, porque você é a minha memória)... Ela vem me atacar os ossos, justamente os que foram fraturados ao longo da minha carreira. Essa doença me ataca, tirando o meu rebolado e o meu charme. Meu charme agora é Edelzuíta. (A companheira de Gonzagão interfere: "Não bote isso aí não, que vai dar confusão", mas ele insiste: Bote no jornal que o meu charme agora é ela, o amor de minha vida).

Marcos Cirano - Os acidentes que o senhor sofreu foram muitos. Alguns até acabaram virando música. Quantos acidentes foram?

Luiz Gonzaga - Ih!...Já perdi a conta. Fraturei dez costelas, fraturei a clavícula, fraturei o crânio e, agora, essa osteoporose está me derrubando. O primeiro acidente foi em 1951, foi aquele de Santos, que o carro mergulhou de uma ponte de uns quinze metros, com todos nós dentro. Deu até uma música de Zé Gonzaga, meu irmão (canta): E Luiz Gonzaga não morreu... De lá pra cá, foram mais uns quatro ou cinco acidentes. Mas, o que eu andei mais perto da morte foi esse que me fraturou aqui (aponta para o lado direito da testa). Eu fiz duas operações, porque atingiu o olho, mas acabei cegando dele. Isso foi na estrada de Miguel Pereira. Gonzaguinha tava comigo e o anão Salário-mínimo também. E a maior vítima foi eu. Mas escapei com vida. Isso foi em 1962, parece. (Gonzaga fica alguns instantes em silencio, depois continua): Mesmo assim, ainda me sobrou algum charme pra encontrar uma mulher bonita e inteligente pra tomar conta de mim.

Marcos Cirano - A osteoporose, o senhor vem sentindo desde quando?


Luiz Gonzaga
- Ela só foi localizada agora, aqui no Recife. O primeiro ataque dela foi no fêmur. E é por isso que eu estou usando essas gonzaguetes (mostra as duas muletas que utiliza para andar, ainda assim com bastante dificuldade). E dizem que fêmur é bicho muito atrevido, até hoje ninguém encontrou medicina que o dominasse.

Marcos Cirano - Faz mais ou menos um ano que o senhor vem sentindo os sintomas da doença?

Luiz Gonzaga
- Não, isso faz muito tempo. Mas, eu só vim me interessar depois que comecei a sentir a obrigação de usar muletas. Agora, vem de muito antes.

Marcos Cirano - Eu me lembro que, durante algumas apresentações na televisão, o senhor sempre estava aparecendo sentado, pra poder segurara a sanfona

Luiz Gonzaga - Pois é, pois é. E nem sanfona eu toco mais, não dá mais. Eu já não gravo com sanfona há mais de dez anos. Depois que eu comecei encontrar sanfoneiros capazes, tocando melhor do que eu (e Dominguinhos foi o primeiro) e esses sanfoneiros começaram a declarar que eu tinha sido seu incentivador, seu mestre, aí eu digo: e o que é que eu tô fazendo aqui tocando sanfona de graça, se minha voz vale muito mais do que minha tecla? Aí, passei a usar esses meninos me acompanhando, com muito mais arte, mais graça. Ora, se nessas alturas, eu já passei a ser conhecido como um afortunado de tantos dotes dados por Deus, nada melhor do que distribuir com aqueles que estavam seguindo meu caminho com honestidade. Tem Oswaldinho, Dominguinhos, Valdones de Fortaleza, um garoto de 15 anos tocando magistralmente, um garoto rico e bonito. O Valdones tem até um estúdio em casa, o pai faz todas as vontades dele, o garoto ta numa carreira bonita. Quer dizer, por isso eu acredito que o forró não vá morrer. O baião não morreu, o forró, feito do baião... Então, eu acredito que essa música vai pra frente. Porque o Nordeste dá isso, oferecendo sua graça.
Sábado agora, eu botei cerca de vinte mil pessoas no Spazzio, uma verdadeira festa, muito bonita, feita especialmente pra mim. Estavam lá Fagner, Elba Ramalho, Genivaldo Lacerda, Gilberto Gil, Dominguinhos, Alcimar Monteiro que ta indo muito bem, Jorge de Altinho...

Pedro Luís - Jorge de Altinho andou sumido um tempo, né?

Luiz Gonzaga - Não, Jorge de Altinho é o mesmo. É porque, de repente, o forró tornou-se...é...demasiadamente oferecido. Quer dizer, várias fábricas... A minha fábrica, por exemplo, gravou esse ano seis discos de forró. Então, é muita oferta. Mas, Jorge de Altinho sempre foi um cara pra frente e irá muito mais. Como ele é jovem, ele pode mudar para onde quiser. Mas, ele é fiel ao forró.
Marcos Cirano - O seu novo disco vai ser lançado quando?
Luiz Gonzaga - Logo depois do carnaval, que é quando se começa a lançar forró, uma música sugestiva, uma música quente, cheia de graça. Depois do carnaval até junho é com nós. Nós ocupamos o miolo do ano.

Marcos Cirano - A partir de quando, mesmo, não deu mais para o senhor segurar a sanfona?

Luiz Gonzaga - Eu vinha tocando, porque ela sempre foi o meu apoio e eu sempre gostei. Porque eu criei um estilo. Mas, além desses problemas que eu sofri,me apareceu uma doença na coluna, as viagens muito prolongadas, horas e horas viajando de automóvel. E eu ia controlando. Quando eu perdi o rebolado, mesmo, que localizei o problema... demorei um pouco... eu disse: vou dar uma de professor, vou avisar a meus colegas pra ter muito cuidado com o peso da sanfona.
Vá ver que quase todo sanfoneiro está hoje meio corcunda. Porque eu criei uma arte muito pesada. Nós não temos condições, aqui no sertão, de pagarmos orquestras nem instrumentos eletrônicos. E a sanfona é um instrumento do ar livre e ela resolve um baile a noite inteira, gostosamente, com o seu próprio som. E os caboclos sanfoneiros, forrozeiros, gostam muito do seu trabalho e tocam a noite inteira, incarriado. Estão entrando num cano deslumbrante, como dizia aquele pernambucano que escrevia no jornal sobre futebol, humorista, que escreveu peças de teatro, que é irmão de Mário Filho, jornalista primoroso...
Como era mesmo o nome dele? Isso, Nelson Rodrigues. Ele foi quem criou esse termo cano deslumbrante. Eu entrei num cano deslumbrante. Então, foi isso. Essa doença, que tá aumentando cada vez mais em nós, a coluna vertebral, que trouxe também para mim. Aí, eu não podia mais com o peso da sanfona. Fazia um ensaiozinho, uma coisinha, mas vinha logo a dor.

Marcos Cirano - O senhor lembra qual foi o último show em que o senhor tocou?


Luiz Gonzaga - Não, eu não gosto de lembrar. Porque, só de lembrar, eu sinto dor. (Gonzagão baixa a cabeça, faz cara de choro e fica alguns instantes em silêncio).

Marcos Cirano - A sanfona pesa quantos quilos, normalmente?

Luiz Gonzaga - Quando eu comecei a tocar, o peso normal dela era de 12 quilos pra cima. Aí, eu passei a prestigiar a sanfona nacional, porque eu tinha acesso à fábrica e lá eu dava as minhas idéias. Naquela altura, nós tínhamos uma espécie de umas 12 fábricas de sanfona. Hoje, só temos uma e se arrasta. E eu dizia: "Olha, gente, deixo um pedido aqui do velho sanfoneiro e tal... Nós estamos usando instrumento errado, com o peso desconforme para o nosso físico, pra o nosso clima, principalmente para nós, nordestinos, que é que mais usamos sanfona. Manera no peso. Eu quero mandar fazer uma sanfona aqui com nove, dez quilos..." E consegui, eles fizeram. É tanto que todas as capas dos meus discos são com fotos de sanfonas brasileiras. Mas, a sanfona de Dominguinhos pesa 16 quilos. E eu falo com ele: "Te cuida, Dominguinhos! Você é grossinho, mas vai afinas as pernas, vai entortar as pernas."Ta entortando. É muito peso, sabe?
Então, quando eu mi vi cantando sentado, eu aproveitava e fazia um pouco de apologia à sanfona e caía, justamente, nessa questão aí. Sim, porque os italianos eram os fabricantes de sanfona, não são mais, hoje já caíram fora. E o clima deles, já viu como é que é, né?... Clima frio. As comidas deles são saborosas, cheias de força. O físico deles é diferente, são sempre parrudos, mais do que nós... Por que, agora, a gente vai carregar o peso deles também? Isso eu falo no palco, quando estou bem disposto. Ou, quando tô sentindo dores, falo com raiva, né. Deus me deu o dom de falar, com a minha própria linguagem, despreocupado, sem medo de errar, porque o povo já sabe que eu não sou intelectual, então eu mando brasa. (Gonzagão ri gostosamente).

Marcos Cirano - Onde fica essa fábrica brasileira de sanfona?

Luiz Gonzaga - A única fábrica de sanfona, hoje no Brasil, fica no Rio Grande do Sul. Hoje, só tem a Universal. Essa fábrica não é dotada de bons técnicos. A que mais evoluiu foi uma chamada Todesquini. Mesmo assim, não agüentou, porque queria vender muito instrumento e não dava. Chegaram as guitarras eletrônicas, sanfonas eletrônicas e tal...

Marcos Cirano - Dá pra dar uma geral sobre o que vai ser o seu novo disco?

Luiz Gonzaga - Não, dá não. Porque eu só venho a decorar, mesmo, depois de gravar. É uma preguiça lascada.

Pedro Luís - Será que é outra doença, essa preguiça?

Luiz Gonzaga - Não, é não... Eu vou gravar uma música conhecida, chamada Estrada de Canindé... Não... É, deixa lembrar... Sertão de Jequié, que foi gravada por Dalva de Oliveira. (Gonzagão canta. Primeiro, confunde a letra com os versos de Estrada de Canindé. Depois, acerta a letra e canta Sertão de Jequié inteira). Essa música é de Cléssio Caldas e Armando Cavalcanti, dois carnavalescos do Rio de Janeiro, que me deram dois grandes sucessos: um foi Boiadeiro, que é meu prefixo e sufixo (cantarola) e me deram outra também muito bonita, chamada Meu cigarro de palha (canta). Eu cantava também, mas nunca gravei, vou gravar agora.

Marcos Cirano - Nunca gravou Meu cigarro de palha?!


Luiz Gonzaga
- Não, não... peraí... Nunca gravei Sertão de Jequié.

Marcos Cirano - Além de Sertão de Jequié, o resto do disco é tudo músicas novas?

Luiz Gonzaga
- É. Tem uma de Antônio Barros, que eu gostei muito, chama-se Coração de pudim: Meu coração é feito de manteiga ou de pudim/Molim, molim, molim, molim/Falei com esse sujeito pra não me deixar assim/Molim, molim, molim, molim... É uma música de Antônio Barros, aqui de João Pessoa. Ele me deu também outro forrozim muito gostoso, chamado Lagoa do Amor (cantarola alguns versos).

Marcos Cirano - Com esse disco a ser lançado no próximo ano, são quantos discos gravados durante os 50 anos de carreira?

Luiz Gonzaga - São 55. Com esse que vai sair, são 56. (Gonzagão comenta o disco que gravou com Fagner. Pergunta a Edelzuíta se ela quer ouvir uma faixa, pede que a companheira coloque a faixa que mais gostou e ela escolhe Amanhã eu vou. Enquanto todos, na sala, escutam a música, Gonzagão cantarola baixinho e de cabeça baixa. No final, reage): Ô véio enxuto da molesta! Tô com 76 anos nas costas, com 74 eu gravei isso aí. Nunca fumei, apesar de gostar muito daquele cheiro; de fazer propaganda de fumo... Mas, pra que fumar? Só pra imitar os outros?!

Marcos Cirano - E beber?


Luiz Gonzaga - Beberiquei algumas besteirinhas. Adorava uma cerveja lascada. (Dirigindo-se ao fotógrafo Pedro Luiz, Gonzagão pergunta): Você é de onde?

Pedro Luís - João Pessoa.

Luiz Gonzaga
- Tinha que ser! Com essa cabeça de cangaceiro.

Marcos Cirano - Além do disco novo, quais os outros planos?

Luiz Gonzaga - Viver mais um pouco. Só. Show, mais não. Depois daquele show de anteontem! Foi uma coisa! Quinze ou vinte mil pessoas, e eu sentado lá no palco, vendo tudo isso e sem poder participar. Eu cantei Tropeiro da Borborema, que é uma das coisas mais bonitas de Raimundo Asfora, mas o bom da gente é a gente se sentir em condições de criar mais e ter a impressão que amanhã a gente pode criar um sucesso consagrador... Mas, eu já criei os meus, Asa Branca, Vozes da Seca, Baião, Luiz Respeita Januário... Pra onde é que eu vou mais? Eu me sinto completamente realizado. Mas, eu não gostaria de sair assim, carregado porque não tenho mais pernas. (Gonzagão fica alguns instantes e silêncio).

Marcos Cirano - Não tem mais pernas, mas tem uma grande voz. Vai ficar aí parado?

Luiz Gonzaga - Não, ainda tenho que fazer mais dois discos, por contrato. Além desse que vai sair o ano que vem, tem outro que ta pronto há dois anos e tudo indicava que ele não ia sair. Mas, só que tive uma coragem de leão em abandonar a RCA Victor aos 28 anos de serviço, 48 anos, 14 de março de 1941, quando eu entrei lá. Saí como um protesto e esse disco estava guardado lá, no fundo do baú. Terminei botando tudo pra fora, porque senti que a minha fábrica atual pode ganhar muito dinheiro com isso e eu não me incomodo que uma gravadora boa ganhe muito dinheiro comigo. Eu ganho o meu pouquinho e fico satisfeito, não chamo ninguém de ladrão. Eu quero é vender meu peixe.

Marcos Cirano - Por que o senhor deixou a RCA?

Luiz Gonzaga - Olha, é uma história tão escrota, tão podre, que eu nem gosto de contar. E eles estão aí, com três discos meus na praça: o Aí tem, o álbum e esse Amanhã eu vou. Então, eu vou ganhar uma nota muito boa e não quero dar uma de menino mal-agradecido, não tenho mais idade pra isso. Eu quero é me dar bem com as duas (gravadoras), eu quero é as duas brigando por minha causa. E a RCA vai levar vantagem, porque ela tem 48 anos de repertório meu. E a outra vai começar... Talvez isso seja até ruim, três discos na praça... A nova gravadora é a Copacabana, que foi muito leal comigo, foi tão bacana comigo. E eu desejo que as duas ganhem muito dinheiro comigo.

Marcos Cirano - Nenhum projeto para programa de televisão, apresentações?

Luiz Gonzaga - Nada, nada.

Marcos Cirano - Tá encerrando, mesmo? Uma vez, Dominguinhos disse que o senhor vai morrer no palco e que essa história de despedida era conversa, pois ele já tinha participado de um show de despedida sua, na década de 50.

Luiz Gonzaga
- Em 1953? Será possível? Isso é conversa fiada, é o Dominguinhos me gozando. (Gonzagão dá uma gargalhada e pergunta): Já terminou? É, você sabe escrever, e aí vai dar pra você fazer sua reportagem. Você é de onde?....

Fonte: www.luizluagonzaga.com.br