Pesquisas comCUCA

terça-feira, 31 de março de 2009

A luta poética dos estudantes

Segunda feira, 23 de março de 2009. Um grupo de estudantes se reúne no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UEPB, antigo Museu de Artes Assis Chateaubriand. “Como Vai camarada?!” é a saudação dos presentes a quem chega para a reunião que está marcada para começar às 15hs.
Enquanto a Assembléia não é formada e a reunião não começa, vários grupos vão se formando nos corredores. As conversas giram em torno do tema da reunião: “A Manifestação Contra o Aumento da Passagem”, que acontecerá na terça- feira. Um jovem alto e magro se aproxima de um dos grupos e logo o olhar dos integrantes volta- se para ele. Com sua barba longa e a atenção que todos dão as suas palavras, o jovem estudante parece com um “Conselheiro” de uma nova “Canudos” preste a surgir.
“Camaradas logo após a reunião, vamos nos concentrar ali, aponta a sala com um grande tablado de madeira, perto de um bebedouro, para planejarmos a intervenção do Teatro do Oprimido que faremos amanhã durante a manifestação”. Diz o jovem que não se chama Antônio, mas Ítalo Jones, coordenador de Cultura do Centro Universitário de Cultura e Arte de Campina Grande – CUCACG. Ítalo foi um dos responsáveis pela implantação e divulgação do Teatro do Oprimido em Campina Grande, no dia anterior a reunião ele entrou em contato com várias pessoas convidando-as para participarem de uma intervenção teatral, eu mesmo fui um dos que aceitou o convite.

“A flor da palavra não morrerá. Poderá morrer o rosto oculto de quem hoje a nomeia, mas a palavra que veio desde o fundo da história e da terra já não poderá ser arrancada pela soberba do poder.” (Subcomandante Marcos)

A reunião


Passam das 15hs e 30min, quando a assembléia é formada , para o inicio da reunião. O ar condicionado do auditório do antigo MAC ajuda a dar uma aliviada no calor, e já podemos ver rostos menos suados e mais aliviados, mas só do calor não da ansiedade pelo inicio. A equipe que vai coordenar a reunião é formada, e uma proposta de pauta é apresentada para os presentes:
“Companheiros! A pauta de nossa reunião será a seguinte: Informes, o Ato como um todo e Encaminhamentos”. O anuncio é feito pelo estudante de História e militante da União da Juventude Socialista – UJS, Herbert de Andrade, que naquele momento exerce a função de secretario.
Os informes são dados.
“Na quinta- feira (26) acontecerá uma seção especial na Câmara dos Vereadores”, “A coordenação do movimento foi procurada por alguns vereadores da bancada de oposição da câmara, que se colocaram a disposição para ajudar o movimento”. A equipe de mobilização começa a informar como anda o processo de articulação nas escolas e universidades da Cidade, as informações dadas pelos membros da equipe deixam todos muito animados. As caras ansiosas do inicio dão espaço para rostos eufóricos, com ar de vitoria e um jovem diz:
“Acredito que podemos colocar mais de dois mil estudantes na rua amanhã e esse será a maior manifestação, desde os caras pintadas”! Sentado na ponta esquerda da mesa, Davizinho, como todos os chamam, fala isso com um ar de riso. Mas as palavras do militante da UJS, ditas com ar de graça tiveram um efeito forte nos presentes. Efeito esse reforçado pelas notícias da equipe de infra-estrutura, que informa ter para o ato: sete ônibus, cinco carros de som e um grupo de maracatu que fará a animação.
Após os informes tem inicio as falas dos participantes e surge uma questão: Os participantes do movimento devem dar ou não entrevista a rede Paraíba de Televisão? Que vem deturpando a imagem do movimento chamando os estudantes de baderneiros entre outras coisas. Fica decidido que se deve sim dar entrevistas, mas que o discurso precisa ser unificado no intuito de mostrar que o movimento é pacifico e está apenas reivindicando um direito de toda população.
A reunião prossegue para decidir qual será o trajeto do ato e à hora da concentração, alem disso fica combinado que todos devem vir de branco, como forma de mostrar que a mobilização é um ato pacifico.
Após me disponibilizar para fazer parte da equipe de comunicação do movimento, acompanho um grupo que atende o convite do Ítalo Jones e me dirijo até a sala do tablado, onde será ensaiada intervenção do Teatro do Oprimido.

“A palavra se faz soldado, para não morrer de esquecimento” (subcomandante Marcos)
A proposta: o teatro, a poesia e o grafite

Sentados no tablado em circulo todos ouvem atentos o Ítalo Jones, que apresenta a proposta para a montagem da intervenção teatral.
“Bom camaradas, como falei para vocês no telefone, vamos fazer uma intervenção do TO na manifestação de amanhã. Trabalharemos com a técnica de teatro imagem, que acredito que todos aqui presentes conheçam, usaremos essa técnica por sua facilidade de montagem já que dispomos de pouco tempo.” Após algumas duvidas sobre o que é o teatro imagem, algumas pessoas presentes não conheciam, Ítalo segue com apresentação da proposta.
“Bem a proposta é encenarmos amanhã a repressão policial sofrida pelos estudantes na última quinta feira, usando o teatro imagem e trabalhando com os poemas; A flor e a náusea de Carlos Drummond e A quarta declaração do Subcomandante Marcos, intitulada A flor da palavra.”
Deixando um pouco a narrativa da reunião de lado, a fim de esclarecer os que por ventura não estão ciente do que aconteceu com os estudantes na última quinta- feira segue uma pequena noticia do ocorrido no dia de São José.

PMs agridem estudantes no terminal de integração

Na manhã da ultima quinta feira, 19, um grupo de estudantes que reivindicavam pela redução da tarifa do transporte coletivo, foi agredido por policiais militares no terminal de integração de Campina Grande.
Após caminharem pelo centro da cidade e ocuparem de forma pacifica a Câmara Municipal, os estudantes se dirigiram para o terminal de integração, após a entrada no local e depois do ato já ter terminado, a tropa de choque da Policia Militar chegou ao local e investiu contra os estudantes.
Com violência desnecessária os policias começaram a revistar as bolsas dos estudantes, uma jovem recusou ser revistada, por um policial masculino e foi agredida e presa por desacato. Os companheiros tentando intervir foram todos tratado da mesma forma, ao todo oito estudantes foram presos entre eles três menores de idades, que também foram brutalmente agredidos.
A polícia, diz que estava apenas cumprindo o seu dever, pois recebeu um chamado dizendo que os estudantes estavam destruindo o terminal e ao chegar foi desacatada pelos jovens. O estranho é que os policiais sabiam bem, quem eram as lideranças do movimento e só chegaram depois que a maioria já havia dispersado.
***
Bem voltando ao planejamento da intervenção, Jones explica que também entrou em contato com a “galera” do grafite e que eles vão grafitar uma rosa no meio do asfalto enquanto são declamados os poemas. Alguém sugere que seja feita uma leitura dos poemas, sou incumbido dessa tarefa e começo, com muito gosto, a recitar “Flor e a Náusea”. Após minha leitura é lido “A flor da Palavra”, a quarta declaração do Subcomandante Marcos, feita pelo Ítalo “Conselheiro” Jones.
Está aberto o diálogo varias idéias são apresentadas e discutidas pelo grupo, fica decidido ler na integra o poema do Drummond. Isso foi um apelo do Tone Eli,integrante do grupo MARXUVIPANO, que não conseguia cortar nenhuma parte do poema, com medo dele mesmo sentir as dores.
“Cara não dar pra tirar nada, desse poema não, é muito simbólico. Vamos usá-lo na integra.” O apelo foi logo aceito por todos, principalmente por mim e pelo outro Marcos do grupo, que já tinha recitado esse poema em outra ação do Teatro do Oprimido.
Dividimos as equipes em imagem e palavra. Fico na equipe da palavra e saio da sala em companhia dos dois personagens citados acima, nos dirigimos até uma lanchonete seguindo os apelos do Marcos Pablo.
“Camaradas estou morrendo de fome ainda nem almocei, vamos nos reunir numa dessas lanchonetes aqui perto”. A batata recheada pedida pelo Pablo foi dividida com muita gente e entre um gole e outro de Coca cola fomos decidindo como seria a nossa parte da intervenção.

“É por amor à vida, que estamos lutando e vamos andando lentamente, para buscar a luz e a liberdade das manhãs de sol.” (Zé Vicente).

“Sempre viveremos. Não nos renderemos”

Terça feira, 24 de março de 2009, dia da manifestação. Tínhamos combinado de nos encontra no antigo MAC, Ítalo, Pablo, eu e os outros voluntários, as 09hs da manhã, para fazer um ultimo ensaio e organizar os detalhes que faltavam para a nossa intervenção.
Ansioso como sou, cheguei antes do combinado, 08hs e 30min já estava lá. Desci do ônibus na esperança que os demais companheiros, também tivessem se antecipado, e assim começaríamos mais cedo, e ganharíamos o que tanto nos falta hoje , tempo. Não chegaram e como sempre tivemos que lutar com “Cronos” para fazer uma boa apresentação. O pessoal foi chegando e teve inicio o trabalho de confecção do figurino dos policiais,um colete feito de papelão e cassetetes de cano de pvc. Um problema surgi para animar o dia, como cortar os canos? Ninguém tinha lembrado de trazer uma serra ou de pedir para o Ítalo e o Tone, que tinham saído para pegar os papelões que seriam usados na confecção dos coletes para trazerem uma.
Foi trazida uma faca, emprestada pelo vigilante, mas que infelizmente não serrava nada, mas como estamos fadados a criatividade conseguimos cortar os canos e produzir os benditos cassetetes, viva a faca sem dentes! Durante o acabamento dos coletes, foi dado a idéia de ao invés de usar o nome 'choque' seria usado 'choco' uma forma de satirizar um pouco com a policia e suas ações. A expressão surtiu muito efeito e causou um grande impacto. Todas as pessoas por quem passávamos,durante o caminho até o local da intervenção comentava sobre o escrito no colete,uns riam e diziam que realmente os policias eram 'chocos' e 'chatos' e outros viam como desrespeito a nossa atitude. É não se pode agradar a gregos e troianos, via a diferença!
De longe já ouvíamos a batucada do maracatu, e o buzinar dos carros o que era pra nó um anuncio de que a mobilização estava a mil. De frente do ponto de ônibus da praça da bandeira, do outro lado da rua, tinha se formado uma grande ciranda e o carro de som anunciava achegada do pessoal do Teatro do Oprimido. Enquanto Ítalo ao microfone convocava o pessoal para assistirem a nossa intervenção, os outro membros do grupo e eu recrutávamos pessoas, que estivessem com blusa branca para participarem da encenação. Mas uma vez Ítalo pega o Microfone e diz:
“Permitam- nos apresentar! Somos os estudantes que na ultima quinta feira, dia de São José, foram espancados por aqueles, que deveriam nos proteger. Hoje aqui utilizando a arte teatral viemos para mostrar para vocês como esse fato aconteceu.”Um som de apito é ouvido e uma marcha militar começa a tocar. Duas filas de estudantes agachados e com a mão na cabeça é formada. Cinco policiais empunhando cassetetes entram em fila indiana, o líder ordena que os estudantes sejam revistados,uma voz feminina é ouvida.
“Sou mulher e exijo ser revistada por uma policial feminina!”, diz uma estudante com a palma da mão erguida para a frete. Nesse momento da encenação as pessoas que assistem gritam,lavados pela emoção de reviver aquela cena outra vez, uma das jovens que estava sentada no chão gritava: “É, isso ai foi comigo, foi comigo!” enquanto as imagens que representavam as ações dos policiais contra os estudantes eram formadas, eu caminhei pelo meio do pessoal para ouvir alguns comentários.
Um senhor que tinha parado para ver aquela movimentação, que impedia de passar o ônibus que ele estava disse: “ Não sabia que tinha acontecido dessa forma, foi mostrado de maneira totalmente diferente na televisão. Ia dar uma surra na minha filha, que está ali sentada ao invés estar na escola, mas agora vejo que os estudantes é que tão comprando a briga que era pra ser nossa”
Depois de todas as imagens de opressão montadas, começa a declamação do poema 'Flor de Náusea ' e a grafitagem de uma rosa no asfalto.
“ Uma flor nasceu na rua! O tempo não chegou de completa justiça! Posso sem armas revoltar-me?”Gritos e aplausos são ouvido após cada verso do poema. Inicia-se a declamação da quarta declaração do subcomandante Marcos...
“... A flor da palavra não morre, ainda que em silêncio caminhem nossos passos. Em silêncio se semeia a palavra. Para que floresça a gritos, se cala. A palavra se faz soldado, para não morrer de esquecimento. Para viver, se morre a palavra, semeada para sempre no ventre do mundo. Nascendo e vivendo morreremos. Sempre Viveremos. Não nos renderemos.”
A ultima frase é repedida varias vezes como um poético grito de guerra e os estudantes saem em marcha a caminho do terminal de integração onde será feito o ultimo ato e a dispersão do manifestantes.
No ônibus que pego de volta para casa, ouso uma conversa entre duas senhoras, que dizem que nó estudantes somos uns baderneiros e que não temos nada o que fazer, por isso estamos atrapalhando a vida dos outros. Confesso que tive vontade de dizer umas poucas e boas a essa senhora,mas depois vi que duas jovens estudantes universitárias diziam que a nossa luta não adiantar de nada.
Fico triste,mas me vem a cabeça nesse momento uma depoimento que ouvi de um jornalista paraibano que militou contra o regime militar. “ Hoje eu vivo porque lutei,sou a minha luta, estou aqui sendo lembrado porque não fiquei escondido com medo,mas lutei com tudo o que podia e da maneira que podia!”Olho para as duas senhoras e as estudantes e abro um leve sorriso e antes de descer do ônibus digo-lhes:
Sempre viveremos. Não nos renderemos! Acredito que assim sempre seremos lembrado, uma flor nasceu no asfalto.
Marcos Moraes

quinta-feira, 26 de março de 2009

Imagens que falam

Fotos da Manifestção dos estudantes no Centro de Campina Grande




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sábado, 21 de março de 2009

Movimento Estudantil Faz Chover


Assim como a chuva inesperada que caiu no final da tarde de ontem (18), o movimento estudantil da cidade de Campina Grande foi às ruas fazendo chover um novo momento da história não só estudantil, mas também da sociedade campinense.

Em dois dias de mobilização contra o abusivo aumento da tarifa de ônibus, de R$1.55 para R$1.70, os estudantes tiveram uma significativa adesão da sociedade que também foi prejudicada com uma liminar assinada pelo Juiz Ruy Jander Teixeira. Decisão esta, que em momento algum passou pela avaliação de quem realmente utiliza o defasado meio de transporte da cidade, que é a sociedade.

Achando que os estudantes estavam de brincadeira, e que não há coerência nas reivindicações, foi autorizado, pela representação política da cidade, o aumento da passagem, sendo aderida na manhã de hoje (19). Ou seja, o trabalhador que saiu de casa com R$1.55 no bolso, teve que pedir emprestado, ou então descer do ônibus.

Retomando, ou mesmo com o espírito de movimentações estudantis de décadas passadas, os estudantes continuarão nas ruas, na Prefeitura, em Gabinetes, no Sitrans ou em qualquer outro lugar, levantando a bandeira da democracia perante uma sociedade que é obrigada a receber uma autorização judicial, antes mesmo de ser consultada.

Por Leidiane Alves.

sexta-feira, 20 de março de 2009

CUCA-CG é o único ponto de cultura da cidade

Cuca-CG é o único Ponto de Cultura registrado no site do MinC


Na Paraíba, os Pontos de Cultura somam 15, de acordo com o gráfico do MinC e ainda temos um Pontão e seis Pontos de Rede. Não se sabe porque, mas nessa página, se vocês olharem Campina Grande, só tem o Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Cadê os 10 Pontos de Cultura que foram inaugurados no ano passado pela Coordenação de Cultura municipal???

"O Ponto de Cultura é a ação prioritária do Programa Cultura Viva e articula todas as demais ações do Programa Cultura Viva. Iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil, que firmaram convênio com o Ministério da Cultura (MinC), por meio de seleção por editais públicos, tornam-se Ponto de Cultura e fica responsável por articular e impulsionar as ações que já existem nas comunidades.

"Atualmente, existem mais de 650 Pontos de Cultura espalhados pelo país e, diante do desenvolvimento do Programa, o MinC decidiu criar mecanismos de articulação entre os diversos Pontos, as Redes de Pontos de Cultura e os Pontões de Cultura.

"O Ponto de Cultura não tem um modelo único, nem de instalações físicas, nem de programação ou atividade". Por isso, alguns pontos inaugurados no ano passado eram representados apenas por um indivíduo. "Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre poder público e a comunidade. Para se tornar um Ponto de Cultura é preciso participar da seleção por meio de edital público – até hoje a Secretaria de Programas e Projetos Culturais do MinC, que coordena o Programa Cultura Viva, já emitiu quatro editais.

"Quando firmado o convênio com o MinC, o Ponto de Cultura recebe a quantia de R$ 185 mil (cento e oitenta e cinco mil reais), divididos em cinco parcelas semestrais, para investir conforme projeto apresentado. Parte do incentivo recebido na primeira parcela, no valor mínimo de R$ 20 mil (vinte mil reais), é utilizado para aquisição de equipamento multimídia em software livre (os programas serão oferecidos pela coordenação), composto por microcomputador, mini-estúdio para gravar CD, câmera digital, ilha de edição e o que for importante para o Ponto de Cultura.

"O papel do MinC é o de agregar recursos e novas capacidades a projetos e instalações já existentes. Além disso, o MinC também oferece equipamentos que amplifiquem as possibilidades do fazer artístico e recursos para uma ação contínua junto às comunidades".

GRUPO DE CULTURA OS CARIRIS
Um dos Pontos de Cultura que funciona de fato é o gurpo de cultura Os Cariris, de Taperoá, no Cariri paraibano. Com o objetivo de de ser um instrumento de transformação cultural, o grupo está ajudando a transformar a vida de crianças de baixa renda do município, como a do garoto João Herbert Soares de Lima Gouveia, de 11 anos de idade, morador do bairro da Bela Vista.

“Quando não estava na escola eu ficava em casa ajudando a minha mãe a arrumar a casa, lavar a louça. Agora, quando não estou aqui aprendendo a dançar, estou no futebol. Também conheci muitas crianças aqui e fiz novos amigos”, disse Herbert.

O projeto, que teve início há quase um ano, atende mais de 70 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 13 anos. A garotada tem aulas de dança folclórica, capoeira, futebol, computação e música. Os Cariris é da cidade de Taperoá, no Cariri paraibano, onde as atividades são realizadas diariamente no Ponto de Cultura, localizado na Praça João Suassuna. O espaço também é utilizado para os ensaios do grupo de hip hop local, formado por adolescentes.

Com um mini-estúdio, onde os artistas locais têm a oportunidade de gravar os seus trabalhos sem custo algum, Ponto incentiva a gravação das músicas utilizadas nas coreografias do grupo. “Isso facilita a aprendizagem dos músicos novos que entram no grupo”, disse Iranildo Morais, que faz parte da coordenação do Ponto.

O projeto não se limita as atividades esportivas e culturais. As crianças aprendem também a importância de exercer a cidadania. Uma vez por semana, cada uma delas tem a missão de levar aos ensaios uma garrafa pet. O material é repassado a alguns catadores de lixo da cidade.

A próxima etapa do projeto incluirá palestras educativas sobre sexo, drogas e alcoolismo, além das oficinas de dança, teatro, música e capoeira que serão realizadas nas escolas públicas do município. Eles vão criar um mini-espetáculo que será apresentado pelas crianças do Ponto de Cultura e vão, numa caravana cultural, levar arte até as escolas, como incentivo a participar do projeto.

Durante duas décadas de existência, Os Cariris representou a Paraíba em diversos festivais nacionais e internacionais, como o Festival Internacional do Paraná, Festival Internacional de Folclore da França e Festival Internacional de Minas Gerais, entre outros.

in:deacordocom.blogspot.com

terça-feira, 17 de março de 2009

III Festival da Juventude em Cabaceiras

O município de Cabaceiras, no Cariri paraibano, sedia nos dias 20, 21 e 22 deste mês, o III Festival da Juventude Paraibana. O encontro abordará temas como cultura, mobilização e política e é realizado pela RJNE/PB, uma entidade que agrega organizações, entidades e grupos da região nordeste, que trabalham com a temática da juventude.

Segundo os organizadores, o Festival dará a oportunidade dos jovens expressarem suas potencialidades, principalmente para os que não têm acesso a atividades ligadas à cultura, à política e a mobilização. De acordo com a organização do evento, o Festival realizará atividades e favorece a articulação entre os jovens que atuam no movimento estudantil, sindical, cultural, rural, negro, LGBTT, nos movimentos sociais, nas ONGs, nas Pastorais, na economia solidária com outros jovens que ainda não participam de algum movimento ou entidade.

Estarão envolvidos no Festival, 300 participantes entre jovens e educadores das áreas rurais e urbanas de toda Paraíba, oriundos das classes populares ligados aos grupos, entidades e movimentos juvenis paraibanos.

Oficinas temáticas:



Participaçãoo política da Juventude:

1-Fórum de juventude;

2-Conselhos de Juventude;

3-Movimentos juvenis na Paraíba;



Políticas públicas de Juventude:

1-As políticas públicas de juventude na Paraíba;

2-Avaliação dos programas de juventude;

3-Dialogando experiências de políticas públicas de juventude;

4- Juventude e convivência com semi-árido paraibano.



Diversidade cultural:

1-O Cordel e a cultura popular;

2-Teatro do Oprimido;

3-Grafite;

4-Danças Circulares.


Identidades Juvenis:

1-Gênero e diversidade sexual;

2- Juventude, raça e etnia: Você ri da minha roupa; Você ri do meu cabelo; Você ri da minha pele; Você ri do meu sorriso.


Mais informações pelo telefone (83) 3356-1037




Da Assessoria do Evento

sábado, 7 de março de 2009

Conferência Livre demais

Polêmica na abertuda da 1° Conferência Livre de Cultura de Campina Grande

Com o tema “Atitude Cultural”, teve inicio na tarde de ontem (6) no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UEPB, antigo Museu de Artes Assis Chateaubriand, a 1° Conferência Livre de Cultura de Campina Grande, organizada pelo Movimento Artístico Cultural de Campina Grande (MARCO).
Esteve presente no evento o vereador do PSL Cassiano, que participou da mesa de abertura e disse querer ouvir da classe artística para saber as necessidades que a cidade tem em política cultural.
“Estou aqui mais como um ouvinte, muito mais para aprender para escutar vocês e saber quais os anseios que Campina tem em cultura. No meu entender particular eu já tenho alguns pleitos para fazer em forma de vereador, por isso vim aqui, por entender que a cultura em Campina é sempre tão esquecida e escanteada”, afirmou Cassiano.
A abertura da conferência foi marcada por grande polêmica e critica de alguns participantes a organização do evento. Segundo o músico Toninho Borbo a polemica gerada foi desnecessária e equivocada, pois o que vale mesmo é discutir cultura.
“O evento está sendo válido, pois o que vale é reunir pessoas e discutir cultura. Não está sendo uma conferência, não teve uma organização de conferência, mas o que está sendo discutido aqui é muito proveitoso, as pessoas não entendem isso”, afirmou Toninho.
Ainda segundo Borbo o artista campinense, precisa se politizar mais, e criar uma cultura de se reunir não apenas para produzir artisticamente, mas para debater política cultural.
“Alguns artistas precisam vivenciar mais esses momentos de discussão, deixar de pensar que artista só tem que se reunir para produzir artisticamente”, concluiu.
A programação do evento terá continuidade nesse sábado (7), a partir das 14 horas, com os grupos de trabalho sobre os seguintes temas: ‘Comunicação e Cultura’, ‘Economia da Cultura’ e ‘Fomentação às Artes’ entre outros.

Fotos da Conferência








sexta-feira, 6 de março de 2009

Mais fotos da Galera com a reitora



Reitora COMCUCA


Estudantes e militantes culturais se reuniram com a reitora da UEPB, para agradecer apoio da Universidade e discutir novas parcerias.

Um papo cabeça, uma conversa descontraída!Essa seria a definição da reunião, que aconteceu na última quarta – feira (04), entre o coletivo do CUCACG, estudantes e militantes culturais de Campina Grande e a reitora da UEPB Marlene Alves e o chefe de gabinete Rangel Junior. Além de agradecer o apoio da universidade aos estudantes que participaram da última Bienal da UNE em janeiro desse ano, a reunião também tinha como tema a parceria entre o CUCA e UEPB nesse ano de 2009.
“CUCA tem o papel de formador de platéias e de estimulo da produção artística dentro da universidade. Para isso aprovamos vários projetos e estamos buscando parceiros que também tenham essa preocupação.” Afirmou Ítalo Jones, coordenador de cultura do CUCA.
Após receber o planejamento anual do CUCA, a reitora Marlene se mostrou muito interessada em contribuir com a sua execução, uma vez que o incentivo cultural é um característica da sua gestão.
“Vou me apropriar dos projetos e estudar de que maneira a universidade, pode contribuir efetivamente com eles.”, afirmou a reitora.