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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Declamador prepara 5º CD


Obra, que enaltece o Nordeste, está em fase de finalização e deverá ser lançada em janeiro

A poesia para ele está no sangue e vem de berço. Os versos surgem inexplicavelmente. Filho de poeta, Iponax Vila Nova usa as palavras para enaltecer os valores da cultura nordestina. Poeta declamador, ele conta através da poesia as belezas da região, a partir dos elementos enraizados na cultura popular. Filho do renomado repentista Ivanildo Vila Nova, Ivonax se prepara para lançar o seu 5º CD "Bem Longe de Mim". A obra está em fase de finalização e deverá ser lançada em janeiro, seguindo a mesma linha dos trabalhos anteriores batizados de "Humor Declamado" 1, 2 e 3 e "Iponax Vila Nova Poeta Declamador".

No começo de sua carreira, Iponax partiu para o lado do humor declamado. A inspiração inicial veio de Zé Laurentino. Mesmo sendo fã do poeta campinense, Iponax quis ter o seu estilo próprio e enveredar pelos caminhos da poesia fazendo trabalho diferenciado. "Zé Laurentino é mais um poeta sonhador e romântico", observou.

Ele confessa que no começo visou mais o mercado utilizando o humor em sua poesia, como faz Jessier Quirino, Chico Pedrosa, entre outros declamadores. Entretanto, do último CD para cá, viu que não era interessante apenas visar o mercado. Descobriu então, que além do humor, poderia inserir a crítica em seu trabalho. E a fórmula deu certo. Iponax não para se fazer apresentações.

Hoje, o trabalho de Iponax é mesclado de humor e crítica. No último CD, ele aprofundou o tema "Nordestino sim senhor". De forma engraçada, mas com forte dosagem de crítica, ele mostrou nos versos a saga dos nordestinos que vão para o sul do país, passam lá uns dias,e voltam falando carioca ou paulista, esquecendo inclusive alguns valores de sua região. No próximo trabalho "Bem Longe de Mim", Iponax fará crítica a determinadas bandas de forró que tocam música sem o comprometimento com a cultura da região. Um dos versos apela para "não se fazer propaganda de forma hostilizada, pois o poeta só gosta de xaxado, xote, baião e ciranda e quer esse tipo de forró tocado pelas bandas longe".

Iponax segue a linha de poetas que preferem fazer os versos rimados. Ele conta que vem de uma origem de avó e pai repentistas considerado por muitos como o maior de todos os tempos, que é Ivanildo Vila Nova, e por isso, não consegue fazer poesia diferente. Não consegue fazer versos quebrados.

Para Iponax, o Nordeste é um fértil terreno para os poetas. O solo nordestino, segundo ele, é sempre ricom principalmente para os cantadores. O poeta lembra que a cantoria difere do forró. O forró, segundo ele, é muito de época, tocado principalmente no período junino, enquanto que a cantoria acontece quase todos os dias em vários lugares do Nordeste ao mesmo tempo.

As chamadas cantorias de pé de parede, os shows de repente e festivais de violeiros, acontecem com frequência no Nordeste, o que segundo Iponax, traduz a força cultural da região. A agenda do cantador, de acordo com Iponax, é muito mais completa do que qualquer banda de forró.

Iponax, que é gerente do Centro Cultural Lourdes Ramalho, garante que hoje podetranquilamente viver só da poesia. Isso porque ele tem uma agenda cheia. "É muito difícil eu parar um final de semana em Campina Grande", conta. Quando não está declamando, ou fazendo show solo, ele está apresentando festival de violeiros. Assim, passa o ano todo na estrada, divulgando e vivendo de poesia.

Fonte: Diário da Borborema

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