Inscrições de alunos começam na próxima sexta-feira
O Ministério da Defesa anunciou no último sábado, dia 19, as instituições de ensino superior escolhidas para participar das próximas operações do Projeto Rondon. Dentre as instituições selecionadas, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) terá duas equipes participantes.
“Na verdade, devido à nossa boa avaliação em outras operações, fomos convidados pelo Ministério da Defesa a enviar uma de nossas equipes para um dos municípios que não tiveram propostas selecionadas”, explica a coordenadora de Extensão da UFCG, Nadege Dantas.
As operações, denominadas Peixe-Boi (Amazonas), Oiapoque (Amapá), Arara Azul (Mato Grosso do Sul) e Tuiuiú (Mato Grosso), serão realizadas no próximo mês de julho e envolvem atividades divididas em dois conjuntos de ações: Conjunto A (Cultura; Direitos Humanos e Justiça; Educação; e Saúde) e Conjunto B (Comunicação, Tecnologia e Produção, Meio Ambiente e Trabalho).
As equipes da UFCG irão atuar em cidades bem distantes uma da outra. A equipe coordenada pela professora Carolina Bezerra Nóbrega, do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), campus de Patos, atuará em Nova Olinda do Norte, no estado do Amazonas (ações do Conjunto A), enquanto que em Arenápolis, no Mato Grosso, a equipe coordenada pelo professor Luciano de Brito Junior (também do CSTR) realizará ações do Conjunto B.
Inscrições
As inscrições de alunos da UFCG interessados em participar do Projeto Rondon começaram já na sexta-feira, dia 25, prosseguindo até o dia 8 de abril. Cada equipe é formada por seis alunos e dois professores.
Dentre os requisitos exigidos, o aluno deve ser provável concluinte ou estar na segunda metade dos seguintes cursos de graduação: para o Conjunto A - Medicina, Enfermagem, Letras, Arte e Mídia, Pedagogia e Direito; para o Conjunto B - Biologia, Agronomia, Engenharia Ambiental, Arte e Mídia, Administração, Farmácia, Engenharia de Produção, Medicina Veterinária, Ciências da Computação e Gestão Pública.
A seleção inclui avaliação da ficha de inscrição e entrevista dos candidatos. O resultado será divulgado no dia 20 de abril. As operações serão realizadas de 8 de julho a 1º de agosto.
Confira aqui o edital completo.
Aventura e cidadania
Mas o que leva uma pessoa a trocar o descanso das férias, no conforto do lar, podendo acordar à hora que quiser, por uma temporada repleta de restrições, no meio da selva, a milhares de quilômetros de casa, cumprindo uma jornada de mais de 12 horas diárias, muitas vezes sob chuvas torrenciais?
“No meu caso, a busca por contribuir de alguma forma com a sociedade, além de uma boa dose de espírito aventureiro”, confessa o professor José Irivaldo, do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da UFCG, campus de Sumé, que coordenou, em janeiro deste ano, a equipe da UFCG que participou da Operação Carajás.
As atividades foram realizadas no município de Ananás, no estado do Tocantins. Até lá, foram mais de dois dias de viagem, saindo de Campina Grande, incluindo um treinamento básico de sobrevivência no Batalhão de Infantaria de Selva, em Marabá, no Pará, juntamente com outras 49 equipes.
“Foi muito interessante conhecer o dia-a-dia dos militares, sua rotina, sua disciplina. Bastante enriquecedor”, comenta a estudante Paula Fonseca da Silva, 25 anos, do curso de Licenciatura em Biologia do Centro de Educação e Saúde (CES), campus de Cuité. Juntamente com seus colegas, ela aprendeu, dentre outras coisas, a fazer fogo e achar água na selva. Também conheceu animais venenosos e aprendeu como lidar com eles sem se machucar.
Para o estudante João Paulo de Lacerda, do curso de Medicina Veterinária, do CSTR, um momento marcante foi colocar um filhote de onça nos braços. “Foi emocionante”, relembra o rondonista, que em Ananás realizou diversas ações, como cursos de Informática, palestras sobre cidadania e implantação de hortas comunitárias.
Em Ananás
Foram 15 dias de intensa atividade. A rotina era puxada. “Acordar às 6h e dormir à meia-noite”, resume o professor Irivaldo. “Logo cedo íamos à rádio local divulgar as atividades. Às 8 horas nos deslocávamos para as escolas e locais de realização dos cursos e oficinas. Voltávamos para o almoço. Saíamos às 14h para novas atividades. Jantávamos às 18h. Às 19h, mais cursos e oficinas. Às 22h fazíamos uma reunião de avaliação do dia”. No total, foram realizadas 28 atividades, beneficiando mais de 1.000 moradores do município.
Segundo o professor Irivaldo, participar do Projeto Rondon foi uma experiência enriquecedora. “Aprendemos que a academia não é suficiente para a integralização da formação do aluno e do professor. É preciso sair, conhecer os problemas de nosso país”, disse.
“É um momento único, em que o aluno pode pôr em prática todo o conhecimento que teve na vida acadêmica”, afirma Iuzianny Rebeca Barbosa, 22 anos, do curso de Desenho Industrial do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), campus de Campina Grande, que atuou como monitora da Oficina de Brinquedos Recicláveis, bem como professora de Inglês,Português e Informática.
Já para a estudante Paula Fonseca, o principal ensinamento é que podemos, sim, fazer algo pelo outro. “Temos plena capacidade de mudar a realidade daqueles que vivem em situação mais difícil que a nossa. Temos a oportunidade de conhecer realidades completamente diferentes e maneiras de pensar distintas. E não há nada nesse mundo mais gratificante do que ajudar. É, acima de tudo, uma lição de vida”, finalizou.
Fonte: UFCG
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