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segunda-feira, 22 de março de 2010

Fronteiras: O dia em que o boi enfrentou o papangu


Levar outra imagem da periferia, tentar mostrar que nos bairros pobres existem bem mais do que a violência mostrada nos programas policiais. Com essa motivação a turma do projeto Dramaturgia no CUCA, promovido pelo Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA, em parceria com a professora da UFCG, Eliane Lisboa, traz para o público campinense o espetáculo “Fronteiras: O dia em que o boi enfrentou o papangu”. A primeira apresentação acontecerá no dia 31 de março, às 19hs, na sede do CUCA, que fica as margens do açude velho.

O espetáculo que foi inspirado no nascimento do bairro do Pedegral, conta a história de um grupo de pessoas comuns de um bairro pobre, que não agüentando mais as condições em que vivem se organizam para ocupar um terreno abandonado. Depois do terreno ocupado vem os problemas com os poderosos e o inevitável confronto com a policia.

De maneira poética a peça mostra a vida do povo da periferia, seus amores, suas dores suas festas e suas lutas. As manifestações da cultura popular dão um toque mágico as cenas. Ao som do maracatu eles enfrentam a polícia, vestida de papangu; em um coco de roda afirmam a vontade de ficar na terra. Na folia do boi, que morre e ressuscita, eles choram e se alegram.

O projeto

O ‘Dramaturgia no CUCA’ foi aprovado no edital “Interações Estéticas” do Ministério da Cultura (Minc) , em parceria com a Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), e tem duração de três meses, visando à realização de um curso de Dramatização no CUCA, com enfoque na prática teatral dos dramaturgos Bertolt Brecht e Augusto Boal. A metodologia conta com seminários, oficinas e palestras, práticas de jogos e exercícios teatrais, culminando com a montagem de algumas cenas.O público alvo do projeto são os núcleos de Teatro do Oprimido (T.O.) da cidade, agentes multiplicadores e estudantes que queiram se aprofundar no estudo das técnicas de dramaturgia dos dois autores (Brecht e Boal).

Eliane Lisboa

A professora Eliane Lisboa é diretora de teatro, dramaturga e dramaturgista, com mais de 30 anos de experiência na área teatral. Durante os anos 83/84 defendeu mestrado junto à universidade de Paris X-Nanterre, sobre as experiências do Teatro do Oprimido na França, acompanhando Augusto Boal no tempo em que ele esteve exilado naquele país. Defendeu tese de doutorado na Unicamp, sobre a obra de Carlos Alberto Soffredini.

Durante cerca de doze anos Eliane Lisboa foi responsável pela cadeira de dramaturgia no curso de artes cênicas da Udesc em Florianópolis e por quatro anos dirigiu a Cia. Teatral Jogral em Santa Catarina, hoje é professora concursada do Departamento de Arte e Mídia da UFCG.

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