Universidade e Furne não chegam a um acordo para definir onde ficarão as obras doadas por Assis Chateaubriand
Um dos grandes patrimônios culturais de Campina Grande tem sido motivo de divergência entre a Universidade Estadual da Paraíba e a Fundação Universitária de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Furne). O acervo do Museu de Arte Assis Chateaubriand está sendo disputado pelas duas instituições. Ninguém quer abrir mão de ficar permanentemente com a guarda das obras doadas pelo jornalista Assis Chateaubriand.
Os quadros doados pelo jornalista paraibano passaram muito tempo expostos no prédido do museu no Parque Evaldo Cruz (Açude Novo), mas, por determinação da Justiça, há cerca de dois anos foram transferidos para a Galeria de Artes da Furne. A princípio, as obras ficariam na Furne até a construção do novo Museu Assis Chateaubriand, cujas as obras estão em andamento no bairro do Catolé.
Esta semana um impasse marcou o processo de transferência das obras do Museu Assis Chateaubriand. O novo museu, previsto para ser inaugurado em maio do próximo ano, pretende receberas obras de artistas como Portinari e Pedro Américo, que estão guardadas no atual prédio, localizado na Avenida Floriano Peixoto. Mas a Furne, que atualmente administra as obras, não concorda com a transferência das obras doadas por Assis Chateaubriand. O acervo tem 474 peças de arte.
A reitora da UEPB, Marlene Alves, garante que o acervo pertence ao povo. Ela lembrou que o acervo sempre foi administrado pela Furne e pela UEPB. A reitora defende uma guarda compartilhada. Ela disse ainda que a universidade vai questionar na Justiça qual das instituições possui mais condições de administrar o acervo do museu. "A Justiça é quem vai decidir quem ficará com a guarda permanente do acervo", ressaltou.
Marlene lembrou que o acervo foi doado por Assis Chateaubriand ao então reitor da Fundação Universidade Regional do Nordeste (Furne), Edvaldo de Souza do Ó, em 1967. No ano de 1987, a universidade foi estadualizada e passou a ser a UEPB. Mas, por ordem judicial, as obras ficaram sob a administração da Furne, hoje Fundação Universitária de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão.
José Ataíde, presidente da Furne, afirma que as obras vão continuar onde estão e emprestadas para exposições. Ele ressaltou ainda que ficou definido por sentença judicial que o acervo ficaria no prédio da Avenida Floriano Peixoto, para compor o patrimônio da fundação. As obras, dos mais variados estilos, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, gravuras, colagens e outros métodos, apresenta a arte em diversos momentos do cenário brasileiro.
Fonte: Diário da Borborema
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