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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Outras Artes no Comunicurtas
Nem somente da produção cinematográfica vive o Comunicurtas - Festival Audiovisual de Campina Grande. Quem comparecer ao evento realizado até hoje, através da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ainda poderá conferir duas exposições e conhecer melhor o universo do grafite e da fotografia na cidade, através de Afrocontemporâneo: das ruas para as telas, de Raoni Oliveira, e Ilusão: a gente se vê por aqui, de Kleyton Canuto. Ambas as exposições acontecem no Sesc Centro Campina Grande, inseridas na programação do evento.
Depois de encher os logradouros da Rainha da Borborema com matizes fortes e desenhos carregados de expressão, Raoni exibe sua criatividade nas telas, ao invés dos muros. Para ele, esta foi uma das maneiras de atestar o grafite como arte, já que a linguagem ainda sofre preconceitos. As técnicas que compõem as telas de Raoni são as mais variadas, percorrendo desde o acrílico e o spray, até o marcador permanente, trazendo ainda moldesvazados e colagens. Os temas são aqueles já presentes no universo do artista, que se ajoelha frente à estética afro brasileira.
Em seus grafites, geralmente figurativos, pode-se perceber com bastante frequência lábios e narizes propositadamente exagerados, em rostos negros ornados por cabelos crespos, de forma a contradizer a tríade que compõe o tão elevado padrão de beleza contemporâneo: tez branca, olhos azuis e cabelos lisos. "Cada trabalho retrata o negro e o afro, inserido no contexto da modernidade, com todas as formas de expressão que representam esta cultura", explicou.
Uma das peculiaridades de efetuar o trabalho com telas, conforme Raoni, é a alternativa de levar o grafite para dentro das residências. Assim, a arte é eternizada, visto que nas ruas o grafite fica exposto e o desgaste torna-se inevitável.
Fotografia
Em Ilusão: a gente se vê por aqui, Kleyton Canuto faz uma crítica ao universo midiático, em especial a televisão. Manipulação digital e a intolerância propagada por boa parte dos meios de comunicação são temas expressados nas fotografias, sendo que a intenção é ir contra as propostas de consumo impostas pela mídia. "A exposição também trata da propaganda, que induz os expectadores a desejar determinada coisa que, o mais das vezes, não tem utilidade alguma em seu cotidiano", explicou.
As fotos foram realizadas no mês passado, na cooperativa de lixo Catamais, segundo acrescentou Kleyton, que idealizou e dirigiu o projeto. A equipe de Ilusão: a gente se vê por aqui é composta por Catharina Nóbrega, na parte fotográfica, Emanuela Callou e Natasha Dantas, na produção, e Pablo Giorgio e Guilherme Torres, na assistência de fotografia e cenografia.
Fonte: Jornal da Paraíba
Foto: Comunicurtas
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